Blog

Ativistas hindus protestam contra conversão de mulher indiana


INDIA - Ativistas de grupos radicais hindus protestaram em frente a uma igreja contra a conversão de uma mulher hindu ao cristianismo.

Os manifestantes pediram que fosse aberto um boletim de ocorrência sobre o incidente, pois foi considerado um ataque à cultura hindu.

“A administração deveria agir contra esse tipo de conversão, pois é um ataque à cultura hindu. de acordo com as leis de conversão em nosso país, nesses casos, deveria ser aberto um processo. Esse sacerdote estrangeiro deveria ser preso. Essas são nossas exigências”, disse Chandrashektar Tiwari.

No entanto, a mulher que foi batizada afirma que se converteu por livre e espontânea vontade, e não por pressão da igreja.

“Eu sou hindu, mas tenho vindo a essa igreja nos últimos dez anos para me tornar um cristã”, disse Kunti.

Confirmando sua versão dos fatos, o líder da igreja negou as alegações de que a conversão foi forçada.

Fonte: International Christian Concern

A Chegada do Messias


Irrompe a luz na Galiléia... (Mt 4.16).

Jesus era seu nome. Seu pai, José, era um carpinteiro. Sua mãe chamava-se Maria. Logo na infância, fora morar em Nazareth, cidade isolada nas montanhas da Galiléia, próxima da movimentada estrada que ligava a Mesopotâmia ao Egito. Ali ele viveu e cresceu. Um judeu entre judeus. Aparentemente, um homem entre outros homens. Em Roma reinava Tibério, em Galiléia Herodes. Com seus dentes de ferro Roma continuava conquistando terras, sem imaginar que ali estava uma força, muito superior à sua, que conquistaria mais vidas do que as sete colinas jamais sonharam. Um poder contra o qual o Império Romano empenharia toda a sua força para destruir, para depois cair vencido de joelhos. Ali estava um homem que de forma estranha e espantosa colocaria seu nome acima de todo nome. Um homem que se apoderaria das vidas, corações e mentes, como Roma se apoderava de corpos. Um homem que era muito mais do que um homem. Alguém de quem sempre falaram as profecias e os profetas - Jesus de Nazareth, o Messias.

Ele chegou. Talvez não como muitos esperavam, mas ele chegou. E cada situação de sua vida era o cumprimento das milenares palavras dos profetas. Multidões o seguiam porque experimentavam o poder de seus atos e a verdade de suas palavras. Foram apenas três anos e meio, preenchidos com curas, libertações e ensinos de sabedoria, ao fim dos quais, como um criminoso, foi levado a julgamento e como o mais hediondo dos homens foi colocado na cruz.

Mas sua morte não era o fim. Era apenas o começo de uma nova era. Pois ele ressuscitou. E dois mil anos de História são uma prova extremamente sólida de que aquele veio ao mundo não como uma coincidência ou um acaso, mas como alguém que veio, em suas próprias palavras "cumprir o que estava escrito".

Desde então os homens passariam a contar os tempos como antes e depois dele. Tornou-se o marco divisor da História e o marco divisor das almas e da humanidade. Sua vida, suas palavras, seus feitos não puderam de forma alguma ser ignorados. A História encontrou seu centro, sua razão, seu núcleo, um eixo sobre o qual girar.

Prof. João Flávio Martinez
É fundador do CACP, graduado em história e professor de religiões
.

A Bíblia e a Bebida Alcoólica


Gary Fisher - Enviado por Pr. Leoberto Negreiros
www.estudosdabiblia.net

Às vezes parece difícil saber ao certo que postura o cristão deve tomar diante das bebidas alcoólicas. De um lado, acham-se muitos textos que parecem incentivar a abstinência, mas, por outro lado, há trechos em que Jesus transformou a água em vinho, bebeu vinho etc. Qual é o ensino das Escrituras acerca do uso do álcool?

Para entendermos esse assunto corretamente, é necessário começar com uma postura adequada. Devemos descartar as idéias preconcebidas e não procurar encaixar as Escrituras à força na posição que preferimos ou já concluímos ser a mais correta. Precisamos tratar da questão com a mente aberta e tentando apenas descobrir o que a Palavra de Deus ensina sobre o assunto. Este artigo tratará de vários aspectos das Escrituras e, somente após de analisarmos vários textos e conceitos, chegaremos em uma conclusão sobre o cristão e as bebidas alcoólicas.

Quando ler esses trechos que mencionaremos, procure entender cada um por vez, mas aguarde para só no fim do estudo formular uma conclusão que poe em conta todos os aspectos em questão.


Analise vários textos

Esses textos serão citados com poucos comentários. Estude cada um e analise com cuidado o seu significado. "O vinho é escarnecedor, e a bebida forte, alvoroçadora; todo aquele que por eles é vencido não é sábio" (Provérbios 20:1). O sábio mostra que há um perigo no vinho e que ele é enganador. "Ouve, filho meu, e sê sabio; guia retamente no caminho o teu coração. Não estejas entre os bebedores de vinho nem entre os comilões de carne. Porque o beberrão e o comilão caem em pobreza; e a sonolência vestirá de trapos o homem" (Provérbios 23:19-21). "Para quem são os ais? Para quem, os pesares? Para quem, as rixas? Para quem, as queixas? Para quem, as feridas sem causa? E para quem, os olhos vermelhos? Para os que se demoram em beber vinho, para os que andam buscando bebida misturada. Não olhes para o vinho, quando se mostra vermelho, quando resplandece no copo e se escoa suavemente. Pois ao cabo morderá como a cobra e picará como o basilisco. Os teus olhos verão cousas esquisitas, e o teu coração falará perversidades. Serás como o que se deita no meio do mar e como o que se deita no alto do mastro e dirás: Espancaram-me, e não me doeu; bateram-me, e não o senti; quando despertarei? Então tornarei e beber" (Provérbios 23:29-35). Que cena patética a do homem que se deixou vencer pelo álcool. "Palavras do rei Lemuel, de Massá, as quais lhe ensinou sua mãe. Que ti direi, filho meu? Ó filho do meu ventre? Que ti direi, ó filho dos meus votos? Não dês às mulheres a tua força, nem os teus caminhos, às que destroem os reis. Não é próprio dos reis, ó Lemuel, não é próprio dos reis beber vinho, nem dos príncipes desejar bebida forte. Para que não bebam, e se esqueçam da lei, e pervertam o direito de todos os aflitos. Dai bebida forte aos que perecem e vinho, aos amargurados de espírito; para que bebam e se esqueçam da sua pobreza, e de suas fadigas não se lembrem mais" (Provérbios 31:1-7).

O vinho não serve para os reis, mas sim para os que não têm nada por que viverem. "Ai dos que se levantam pela manhã e seguem a bebedice e continuam até alta noite, até que o vinho os esquenta!" (Isaías 5:11). "Ai dos que são heróis para beber vinho e valentes para misturar bebida forte" (Isaías 5:22). "O Senhor derramou no coração deles um espírito estonteante; eles fizeram estontear o Egito em toda a sua obra, como o bêbado quando cambaleia no seu vômito." (Isaías 19:14). "Mas também estes cambaleiam por causa do vinho e não podem ter-se em pé por causa da bebida forte; o sacerdote e o profeta cambaleiam por causa da bebida forte, são vencidos pelo vinho, não podem ter-se em pé por causa da bebida forte; erram na visão, tropeçam no juízo. Porque todas as mesas estão cheias de vômitos, e não há lugar sem imundícia" (Isaías 28:7-8).

Junto com a vergonha da embriaguez, as Escrituras geralmente frisam o efeito causado sobre a mente. Quando sacerdotes, profetas e juízes bebem, eles desviam os homens de Deus. O texto a seguir ressalta o mesmo pensamento: "A sensualidade, o vinho e o mosto tiram o entendimento" (Oséias 4:11). "Ai daquele que dá de beber ao seu companheiro, misturando à bebida o seu furor, e que o embebeda para lhe contemplar as vergonhas! Serás farto de opróbrio em vez de honra; bebe tu também e exibe a tua incircuncisão; chegará a tua vez de tomares o cálice da mão direita do SENHOR, e ignomínia cairá sobre a tua glória" (Habacuque 2:15-16). "Ou não sabeis que os injustos não herdarão o reino de Deus? Não vos enganeis: nem impuros, nem idólatras, nem adúlteros, nem efeminados, nem sodomitas, nem ladrões, nem avarentos, nem bêbados, nem maldizentes, nem roubadores herdarão o reino de Deus." (1 Coríntios 6:9-10). "Ora, as obras da carne são conhecidas e são: prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, ciúmes, iras, discórdias, dissenções, facções, invejas, bebedices, glutonarias e cousas semelhantes a estas, a respeito das quais eu vos declaro, como já, outrora, vos preveni, que não herdarão o reino de Deus os que tais cousas praticam" (Gálatas 5:19-21). "Porque basta o tempo decorrido para terdes executado a vontade dos gentios, tendo andando em dissoluções, concupiscências, borracheiras, orgias, bebedices e em detestáveis idolatrias. Por isso, difamando-vos, estranham que não concorrais com eles ao mesmo excesso de devassidão" (1 Pedro 4:3-4). A embriaguez é um pecado muitas vezes condenado.


Analise a História

A bebida forte tem um passado sórdido. O justo Noé caiu por causa do vinho: "Bebendo do vinho, embriagou-se e se pôs nu dentro de sua tenda" (Gênesis 9:21). Parece que a bebida alcoólica influencia a pessoa para fazer o que jamais faria se estivesse sóbria. Quando as filhas de Ló desejaram ter filhos do pai, elas o embrigaram e depois o procuraram. O álcool em si não estimulou a concepção, mas elas sabiam que Ló ficaria muito mais passível de cometer essa imoralidade se estivesse bêbado. "Subiu Ló de Zoar e habitou no monte, ele e suas duas filhas, porque receavam permanecer em Zoar; e habitou numa caverna, e com ele as duas filhas. Então, a primogênita disse à mais moça: Nosso pai está velho, e não há homem na terra que venha unir-se conosco, segundo o costume de toda terra. Vem, façamo-lo beber vinho, deitemo-nos com ele e conservemos a descendência de nosso pai. Naquela noite, pois, deram a beber vinho a seu pai, e, entrando a primogênita, se deitou com ele, sem que ele o notasse, nem quando ela se deitou, nem quando se levantou. No dia seguinte, disse a primogênita à mais nova: Deitei-me, ontem, à noite, com o meu pai. Demos-lhe a beber vinho também esta noite; entra e deita-te com ele, para que preservemos a descendência de nosso pai. De novo, pois, deram aquela noite, a beber vinho a seu pai, e, entrando a mais nova, se deitou com ele, sem que ele o notasse, nem quando ela se deitou, nem quando se levantou. E assim as duas filhas de Ló conceberam do próprio pai" (Gênesis 19:30-36).

Absalão decidiu matar Amnom enquanto este bebia, talvez por crer que ele seria menos capaz de se defender se estivesse num estado um tanto inebriado: "Absalão deu ordem aos seus moços, dizendo: Tomai sentido; quando o coração de Amnom estiver alegre de vinho, e eu vos disser: Feri a Amnom, então, o matareis. Não temais, pois não sou eu quem vo-lo ordena? Sede fortes e valentes" (2 Samuel 13:28). Um dos pecados de Belsazar, na noite em que viu a mão na parede e em que seu reino foi tomado, foi o fato de estar bebendo: "Beberam o vinho e deram louvores aos deuses de ouro, de prata, de bronze, de ferro, de madeira e de pedra" (Daniel 5:4).


Analise a palavra vinho na Bíblia

O termo vinho na Bíblia tem vários significados. Nos textos acima, está claro que a palavra se refere à bebida alcoólica. Mas, em outras ocasiões, significa suco de uva. Examine, por exemplo, Lucas 5:36-38: "Também lhes disse uma parábola: Ninguém tira um pedaço de veste nova e o põe em veste velha; pois rasgará a nova, e o remendo da nova não se ajustará à velha. E ninguém põe vinho novo em odres velhos, pois o vinho novo romperá os odres; entornar-se-á o vinho, e os odres se estragarão. Pelo contrário, vinho novo deve ser posto em odres novos." O vinho novo nesse texto diz respeito ao suco de uva fresco. A idéia é que quando o suco é posto nos odres, ele aumenta durante o processo de fermentação. Se colocado em odres velhos que já estão esticados, estes se romperão. É um fato geralmente aceito, como mostra claramente esse texto, que o vinho na Bíblia nem sempre era alcoólico. Talvez as nossas palavras beber e bebida possam ser um bom exemplo da mesma duplicidade de sentido. Dependendo do contexto, beber pode certamente estar relacionado com bebidas alcoólicas ou apenas significar a ingestão de algum líquido qualquer.

É muito importante lembrarmos desse sentido duplo da palavra vinho. Em João 2, Jesus transformou perto de 600 litros de água em vinho. Fez isso depois que os convidados da festa "beberam fartamente". Jesus fez vinho suco de uva ou vinho alcoólico? Lembre-se que as duas coisas são possíveis tendo em vista a própria definição do termo vinho. Mas há duas considerações que nos levam a crer firmemente que se tratava de suco e não de bebida alcoólica. Em primeiro lugar, Jesus o fez na hora. No primeiro momento em que o vinho daquela época era produzido, ele era suco. Somente após um processo de envelhecimento e de fermentação é que se tornava alcoólico. Em segundo lugar, o que é mais importante, se Jesus tivesse feito vinho alcoólico, ele teria estado incentivando a embriaguez. A questão aqui não é um ou dois copos de vinho. Essas pessoas, após já terem bebido muito, receberam mais umas centenas de litros. Jesus jamais incentivou os pecados do homem, tampouco contribuiu para eles. Portanto, parece claro que esse vinho era do tipo não-alcoólico.

É também útil entender algumas coisas sobre os vinhos alcoólicos das terras bíblicas. Naquela época, só havia fermentação natural. Eles ainda não tinham inventado a tecnologia para acrescentar mais álcool às bebidas fermentadas por processo natural. Isso significa que o mais alcoólico dos vinhos da Palestina tinha cerca de 8% de álcool. Pela lei, esses vinhos eram diluídos em água, normalmente três ou quatro partes de água para uma parte de vinho. Esses vinhos fracos, enfraquecidos mais ainda pela adição de enormes quantidades de água, passaram a ser usados como bebidas para acompanhar as refeições. Não eram usados como bebidas, mas apenas como se usa um copo de água ou uma xícara de café que se bebe com a refeição. Vários textos bíblicos parecem apontar para esse uso do vinho --como uma bebida para acompanhar as refeições (observe 1 Timóteo 3:3, 8; Tito 1:7; Mateus 11:18-19).

Analise algumas conclusões

Provérbios 23, já citado, condena o uso do vinho "vermelho" que brilha no copo. O tipo de bebidas alcoólicas usado em nossa sociedade é o mesmo tipo sistematicamente condenado na Bíblia. Jamais fiquei sabendo de alguém que tomasse um pequeno copo de vinho fraco diluído na proporção 4:1 de água como acompanhamento de uma refeição. Os vinhos, as cervejas e os licores de hoje enquadram-se na categoria de bebida forte, e nenhum texto sequer pode ser encontrado na Bíblia que permita que sejam consumidos por um filho de Deus.

- Paulo estimulou a Timóteo de modo especial para que tomasse "um pouco de vinho" por questões de saúde (1 Timóteo 5:23). Às vezes se usa esse texto para mostrar que é possível beber. Mas, de fato, o que ele faz é justamente o oposto. Se Timóteo tivesse tido o hábito de beber uma cerveja aqui e ali, por que precisou que Paulo lhe desse uma permissão especial para usar um pouco de vinho como remédio? Esse texto nos leva à conclusão de que o uso de álcool pelo cristão deve ser uma exceção, não uma regra. Muitos remédios de nossos dias contêm álcool ou outras drogas intoxicantes. O discípulo de Cristo deve ser muito cuidadoso com eles e usá-los apenas com muita moderação. O fato de que uma exceção precisou ser dada para permitir o uso de remédios com teor alcoólico sugere que é errado beber por prazer.

- O servo de Cristo deve sempre analisar o efeito de seus atos sobre o próximo: "É bom não comer carne, nem beber vinho, nem fazer qualquer outra cousa com que teu irmão venha a tropeçar" (Romanos 14:21). Mesmo que o cristão pudesse beber moderadamente, de qualquer modo esse texto ainda o estaria proibindo na maioria dos casos. A bebida alcoólica leva tantos cristãos a cair, que aquele que tenta ajudar o seu irmão a não tropeçar certamente não lhe dará o exemplo, bebendo diante dele.

- A Bíblia sistematicamente exige que sejamos sóbrios (leia com cuidado 1 Tessalonicenses 5:6; 2 Timóteo 4:5; 1Pedro 4:7; 5:8). Entre as primeiras conseqüências da bebida são a ausência de inibições, o enfraquecimento do autocontrole, a falta de juízo. Essas conseqüências ocorrem bem antes da pessoa começar a perder o controle das habilidades motoras, a falar arrastadamente etc. O diabo está sempre procurando-nos tentar; para enfrentar a essas tentações, o filho de Deus deve estar profundamente alerto e sóbrio em todo tempo.

Embora não fosse possível afirmar, com base nas Escrituras, que ingerir qualquer quantidade de álcool por qualquer motivo é sempre pecado, parece claro que o servo de Deus não será alguém que simplesmente bebe canecas de cerveja ou taças de vinho. O beber socialmente que vemos hoje em dia é o tipo condenado em muitos textos das Escrituras. "O vinho é escarnecedor, e a bebida forte, alvoroçadora; todo aquele que por eles é vencido não é sábio" (Pròverbios 20:1).

A Unidade do Casal


por Luciano P. Subirá

Muitos casais cristãos estão vivendo hoje fora daquilo que Deus idealizou. Brigas constantes, desrespeito mútuo e distância entre o casal, são vistos em muitos lares. E além da infelicidade que isto produz em seus corações, ainda há a questão do mal testemunho dado.

Penso que este é um assunto que merece nossa atenção, pois o princípio de viver em unidade é algo que não apenas produzirá maior realização emocional no relacionamento, como também liberará sobre o casal as bênçãos de Deus.

COMPREENDENDO A UNIDADE

É importante que consigamos visualizar o que a unidade do casal pode produzir em suas vidas, e então seremos desafiados a preservá-la. Também entenderemos porque o diabo, o adversário de nossas almas, luta tanto contra ela. Jesus nos ensinou que a unidade e concordância permite Deus agir em nossas vidas:

“Ainda vos digo mais: Se dois de vós na terra concordarem acerca de qualquer coisa que pedirem, isso lhes será feito por meu Pai, que está nos céus. Pois onde se acham dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles”. (Mateus 18:19,20)

Por outro lado, a falta de unidade impede Deus de agir. A palavra de Deus nos mostra de modo bem claro que quando o marido “briga” com sua mulher, algo acontece também na dimensão espiritual:

“Igualmente vós, maridos, vivei com elas com entendimento, dando honra à mulher, como vaso mais frágil, e como sendo elas herdeiras convosco da graça da vida, para que não sejam impedidas as vossas orações”. I Pedro 3:7

Ao deixar de honrar a mulher como vaso mais frágil e maltratá-la (ainda que só verbalmente), o marido está trazendo um sério problema sobre a vida espiritual do casal. A Bíblia diz que as orações serão impedidas.

É lógico que isto também vale para a mulher, embora quem mais facilmente tropece nisto sejam os homens. O texto bíblico revela que depois de desonrar a mulher na condição de vaso mais frágil (com asperezas), o homem, mesmo que clame ao Senhor, terá sua oração impedida, pois um princípio foi violado.

Deus não age em um ambiente de desarmonia e discordância. Isto é um fato. Quando tentaram construir a torre de Babel, as Escrituras dizem que Deus desceu para ver o que os homens faziam.

E Deus mesmo, ao vê-los trabalhando em harmonia e concordância de propósito declarou:

"Eis que o povo é um e todos têm uma só língua; e isto é o que começam a fazer; agora não haverá restrição para tudo o que eles intentarem fazer.Eia, desçamos, e confundamos ali a sua linguagem, para que não entenda um a língua do outro.” (Gn.11:6,7).

O que vemos aqui é que a unidade remove limites. Quando o casal se torna um e fala uma só língua (sem discordância) eles removem os limites diante de si! Deus pode agir livremente num ambiente destes, mas basta perder a capacidade de falar a mesma língua que tudo se perde!

No reino de Deus, quando dois se unem, o efeito não é de soma, mas de multiplicação. Moisés cantou acerca do exército de Israel: um deles faria fugir a mil de seus inimigos, mas dois deles faria fugir dez mil! (Dt.32:30).

A unidade ainda traz consigo outras virtudes. Podemos ver isto numa das figuras bíblicas do Tabernáculo. O propiciatório da arca da aliança figura este princípio. O Senhor disse que ali Ele viria para falar com Moisés.

O propiciatório (ou tampa da arca) era o lugar onde a glória e a presença de divina se manifestava. E nas instruções para a confecção desta peça, vemos o simbolismo da unidade. Deus disse que os dois querubins deveriam ser uma só peça de ouro batido; com isto falava simbolicamente de unidade entre seus adoradores (Ex.25:17-19).

Os querubins deviam estar com as asas estendidas um para o outro (Ex.25:20), o que fala de cobertura recíproca. A falta de unidade nos leva a agir com o espírito de Caim que disse ao Senhor: “Acaso sou eu guardador de meu irmão?” (Gn.4:9).

Mas quando estamos em unidade com alguém, cobrimos e protegemos esta pessoa! Esta é uma virtude que acompanha a unidade.

A outra, é a transparência. Os querubins deveriam estar um de frente para o outro (Ex.25:20). Isto fala alegoricamente de poder encarar outro adorador “olho no olho”. Fala de não ter nada escondido, de não ter pendências. Ninguém consegue olhar (espontaneamente) no olho de outra pessoa quando as coisas não estão bem.

Quando Jacó fala para sua família que as coisas já não estavam bem entre ele e Labão, seu sogro, a expressão que ele usa é: “vejo que o semblante de vosso pai já não é mais o mesmo para comigo” (Gn.31:5).

Jesus disse que os olhos são a candeia do corpo. Eles refletem o que está dentro de nós. E a unidade é a capacidade de olhar olho no olho e estar bem. Particularmente, eu não posso concordar com casais que escondem coisas um do outro, seja no que diz respeito à sua vida passada (erros e pecados) ou presente (como nas questões financeiras, por exemplo).

Acredito que a unidade verdadeira exige que haja remoção ou acerto de “pendências” (Pv.28:13).

Ás vezes fingimos um comportamento só para agradar (ou não desagradar) ao outro, o que diverge do ensino bíblico. Este teatro não produzirá unidade verdadeira. Temos que aprender a ser francos, como está escrito: “Melhor é a repreensão franca do que o amor encoberto” (Pv.27:5).

Paulo censurou este tipo de comportamento dúbio quando escreveu aos gálatas. Ele falou sobre como o apóstolo Pedro em certa ocasião agiu assim para ser “diplomático” e que esta atitude conseguiu atrair até mesmo o prórprio Barnabé, companheiro de Paulo, e ele os censurou publicamente (Gl.2:11-14).

Contudo, quero ressaltar que ser franco não significa ser grosseiro, pois a Bíblia nos ensina a falar a verdade em amor. O conselho dado a Timóteo na hora de corrigir os que opunham, foi o de usar de mansidão (II Tm.2:25). A unidade manifesta a verdade (dolorosa às vezes) de forma bem mansa.

O PRINCÍPIO DO ACORDO

A Bíblia nos ensina também que o acordo é indispensável num relacionamento:

“Como andarão dois juntos, se não estiverem de acordo?” Amós 3:3

A ausência de acordo é uma porta aberta para o diabo. Quando Paulo escreveu aos efésios e falou sobre não dar lugar ao diabo, o fez dentro de um contexto, que é o de pecados que acontecem nos relacionamentos:

“Irai-vos, e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira, nem deis lugar ao diabo.” Efésios 4:26,27
Tiago escreveu sobre o mesmo princípio. Ele disse:

“Pois onde há inveja e sentimento faccioso, aí há confusão e toda espécie de cousas ruins.” Tiago 3:16

Já mencionamos anteriormente que o acordo é uma porta aberta para ação de Deus (Mt.18:19). Mas quando chegamos ao ponto de dissipa-lo de nosso relacionamento, estamos comprometendo não só a qualidade da satisfação na esfera emocional, mas também a esfera espiritual de nosso lar. Não é fácil ajustar-se satisfatoriamente na relação conjugal.

As diferenças são muitas; na formação de cada um, na personalidade, temperamento, e acrescente a isto as diferenças entre homem e mulher. Contudo, quando aprendemos a ter como denominador comum o caráter e os ensinos de Cristo, então conseguimos o ajuste por meio de ceder, perdoar, recomeçar, etc.

Mesmo um casal que parecia perfeitamente ajustado em seu período de namoro e noivado descobrirá a necessidade de mais ajustes à medida que os anos de casamento vão passando. Não é uma tarefa tão fácil, mas não é impossível!

Se não estivesse ao nosso alcance, Deus estaria sendo injusto ao cobrar isto de nós... mas o fato é que não só é algo possível, como também é uma chave poderosa na vida cristã!

O CASAL DEVE DECIDIR JUNTO

Há uma ordem de governo e autoridade estabelecida por Deus no lar. O marido é chamado o cabeça (Ef.5:22-24), e entendemos que como tal tem direito à palavra final. Porém, isto não quer dizer que o homem esteja sempre certo ou que não deva ouvir sua mulher.

Encontramos no Velho Testamento uma ocasião em que o próprio Senhor diz a Abraão, seu servo: “Ouve Sara, tua mulher, em tudo o que ela te disser” (Gn.21:12). No Novo Testamento vemos Pôncio Pilatos desprezando o conselho de sua mulher e se dando mal com isto (Mt.27:19).

Precisamos considerar ainda que ser líder não significa ser autoritário. Quando o apóstolo Pedro escreveu aos presbíteros (que compõem o governo da Igreja Local), disse em sua epístola que eles não deveriam ser “dominadores do povo” (I Pe.5:3).

Isto mostra que autoridade e autoritarismo são duas coisas distintas. Vejo muitos maridos dizerem que suas esposas TÊM que obedecê-los! Mas ao dizer que as esposas devem ser submissas, Deus não estava instituindo o autoritarismo no lar. Vale ainda lembrar que Jesus declarou que “aquele a quem muito foi dado, muito lhe será exigido” (Lc.12:48).

Os homens precisam se lembrar de que em matéria de responsabilidade do lar, terão que responder a Deus numa medida maior que as mulheres. Mas não é preciso que o homem carregue o peso desta responsabilidade sozinho.

É importante que o casal dialogue e tome decisões juntos. Desde que casamos, minha esposa e eu sabemos quem é o cabeça do lar, mas foram muitas raras as vezes em que tomei uma decisão por mim mesmo.

Sempre conversamos e discutimos sobre nossas decisões. As vezes já estamos de acordo no início da conversa, e às vezes precisamos de muita conversa para amadurecer bem o que estamos discutindo. Mas sabemos a bênção de caminhar em acordo e cultivamos isto entre nós.

Entendo que se a mulher é chamada de “auxiliadora” na Bíblia, é porque o homem precisa de sua ajuda. E a ajuda da mulher não está limitada à atividades domésticas.

A Bíblia fala com esta figura, que deve haver uma relação de companheirismo. Creio que como auxiliadora, a mulher deve ajudar a tomar decisões.

Este é um processo que exige ajuste. Na hora de discutir alguma decisão, ou mesmo a forma de ser e se comportar de cada cônjuge, vemos o quanto é difícil ouvir ao outro. Mas devemos atentar para o ensino bíblico sobre isto: “Responder antes de ouvir é estultícia e vergonha” (Pv.18:13).

Tiago nos adverte o seguinte:

“Sabeis estas cousas, meus amados irmãos. Todo homem, pois, seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar”. Tiago 1:19

A verdade é que normalmente somos prontos para falar e irar-se um contra o outro, mas tardios para dar ouvidos ao que o outro tem a dizer. E isto precisa ser mudado em nós! Para que haja acordo, precisamos aprender a ouvir.

TRATANDO COM DESENTENDIMENTOS

Os desentendimentos ocorrem, mesmo entre os crentes mais dedicados, mas devem ser tratados logo. Lemos que alguém pode se irar e não pecar, pois é uma reação emocional espontânea.

Mas o que cada um faz com o sentimento que teve pode se tornar pecado. Paulo aconselhou os irmãos de Éfeso a que não deixassem o sol se pôr sobre sua ira (Ef.4:26,27). Em outras palavras, que deveria haver acerto, perdão, e que nenhuma pendência ficasse para trás.

Precisamos aprender a tratar com os desentendimentos no lar. Preservar a unidade não significa nunca se desentender, mas saber dar a manutenção devida no relacionamento quando isto ocorrer.

O tempo não apaga as ofensas. Deve haver reconciliação. Jesus ensinou isto:

“Se, pois, ao trazeres ao altar a tua oferta, ali te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa perante o altar a tua oferta, vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; e, então, voltando, faze a tua oferta” Mateus 5:23,24

Alguns acham que depois de um desentendimento é só deixar “para lá”. Mas a Bíblia nos ensina o princípio de reconciliação de maneira bem formal. Deve haver pedido de desculpas, de perdão.

Deve se conversar sobre o que aconteceu (o quê machucou o íntimo de cada um e porquê machucou). E não podemos perder de vista que devemos lutar para viver sem brigas, e não só reconciliar quando elas ocorrem (Ef.4:31).

Acredito, ainda, que atenção especial deve ser dada à forma de falar. Talvez esta seja uma das áreas que mais sensíveis sejam nos desentendimentos que surgem no relacionamento, uma vez que a “comunicação” no lar não é só o que um fala, mas também a forma que o outro entende!

As conversas não devem ser exaltadas ou em tom de briga. E quando um dos cônjuges se perde numa explosão emocional, é importante notar que a Bíblia não nos ensina a “jogar o mesmo jogo”. O que lemos nas Escrituras é justamente o contrário:

“A resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira” Provérbios 15:1

“A vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para saberdes como deveis responder a cada um”. Colossenses 4:6

Os maridos devem ter cuidado redobrado, pois por natureza são mais racionais do que emocionais e suas palavras tendem a ser mais duras e grosseiras. Por isto a Bíblia nos adverte:

“Maridos, amai a vossas esposas, e não as trateis com aspereza” Colossenses 3:19

“Igualmente vós, maridos, vivei com elas com entendimento, dando honra à mulher, como vaso mais frágil, e como sendo elas herdeiras convosco da graça da vida, para que não sejam impedidas as vossas orações”. I Pedro 3:7

Embora seja verdadeiro e aplicável aqui o ditado de que “é melhor prevenir do que remediar”, precisamos reconhecer que muitas vezes falhamos permitindo desentendimentos que poderiam facilmente ser evitados. Neste caso, devemos aprender a consertar e tratar com estas situações.

Mas não podemos esquecer também que mesmo havendo perdão e reconciliação depois do erro, quando ele se repete muito vai gerando desgaste e descrédito, e isto exige uma dimensão de restauração maior depois.

As intrigas no lar roubam o prazer de outras conquistas, como escreveu Salomão, pela inspiração do Espírito Santo:

“Melhor é um prato de hortaliça, onde há amor, do que o boi cevado e com ele o ódio”. Provérbios 15:17

“Melhor é um bocado seco, e tranqüilidade, do que a casa farta de carnes, e contenda”. Provérbios 17:1

“Melhor é morar no canto do eirado do que junto com a mulher rixosa na mesma casa”. Provérbios 21:9

Há casais que alcançaram tudo o que queriam financeiramente, mas não conseguem viver bem juntos. Eles, melhor do que ninguém, podem afirmar quão verdadeiras são estas declarações bíblicas. Não adianta ter outras realizações e deixar o relacionamento conjugal se perder.

Como alguém declarou: “Nenhum sucesso compensa o fracasso do lar”. Precisamos aprender a cultivar a unidade em nosso relacionamento. E isto acontece quando aprendemos a lidar de forma simples e prática nas questões do dia-a-dia. Que o Senhor nos ajude!



Autor: Luciano P. Subirá
www.orvalho.com

Restauração Familiar


por Luciano P. Subirá

Deus deseja sarar as famílias! Penso que esta é uma das mais belas expressões da reconciliação. Em sua carta aos coríntios, o apóstolo Paulo falou sobre reconciliação familiar:

“Ora, aos casados, ordeno não eu, mas o Senhor, que a mulher não se separe do marido (se, porém, ela vier a separar-se, que não se case, ou que se reconcilie com seu marido), e que o marido não se aparte de sua mulher”. - I Coríntios 7:10,11

Deus não se agrada do divórcio. Na verdade, a Bíblia diz em Malaquias 2:16 que Ele detesta o divórcio. Embora, haja situações em que o divórcio seja inevitável, as Escrituras nos mostram que a atitude do cônjuge cristão não é a de aproveitar para sair correndo reconstruir a vida com outra pessoa, mas manter-se aberto à reconciliação.

Um milagre que o Senhor deseja operar na vida de pessoas que tiveram seu relacionamento destruído é este! Não é algo automático, da noite para o dia, envolve muitos concertos e acertos, mas é algo glorioso. Por muitos anos tenho sido uma testemunha ocular de inúmeros lares e famílias que foram restauradas pelo poder de Deus e mediante sua Palavra. O Senhor declarou que usaria a vida de pessoas para promover este tipo de ministério. Referindo-se ao ministério de João Batista, que foi comparado ao profeta Elias pelo tipo de seu ministério, Deus disse:

“Ele converterá o coração dos pais aos filhos, e o coração dos filhos a seus pais; para que eu não venha e fira a terra com maldição”. - Malaquias 4:6

Deus deseja converter corações que estão endurecidos e distanciados pela mágoa e ressentimento. O Senhor deseja sarar relacionamentos familiares. A Bíblia nos mostra isto em vários exemplos bíblicos de reconciliação familiar.

EXEMPLOS BÍBLICOS DE RECONCILIAÇÃO

A parábola do filho pródigo, contada por Jesus em Lucas 15:20-24 é um exemplo disto. Aquele filho traiu e abandonou seu pai e família. Depois de ter perdido tudo, volta arrependido, esperando ser recebido como um empregado, imaginando ser impossível voltar a ter o mesmo relacionamento de outrora.
Contudo, aquele pai amoroso, à semelhança do que Deus faz conosco, recebe aquele filho de braços abertos, com todas as honrarias possíveis. Este é um quadro daquilo que Deus deseja fazer em sua família, ou que, através de sua vida Ele deseja fazer na família dos outros. Encontramos no Velho Testamento uma história de contenda entre dois irmãos:

“Passou Esaú a odiar a Jacó por causa da bênção, com que seu pai o tinha abençoado; e disse consigo: Vêm próximos os dias de luto por meu pai; então, matarei a Jacó, meu irmão.” - Gênesis 27:41

Devido ao ódio de seu irmão Esaú, Jacó é obrigado a fugir de casa para preservar sua vida (Gn.27:42-45). Jacó acabou passando cerca de vinte anos distante, mas ao regressar, ainda temia seu irmão. E orou ao Senhor, pedindo que intervisse naquela situação. E o resultado foi semelhante ao que o Senhor deseja produzir nos familiares ressentidos de nossos dias:

“Então, Esaú correu-lhe ao encontro e o abraçou; arrojou-se-lhe ao pescoço e o beijou; e choraram.” - Gênesis 33:4

Somente Deus pode mudar corações amargurados e promover o perdão. Lemos também acerca de José e seus irmãos, uma família que conheceu a divisão (e posteriormente a restauração e o perdão):

“Tendo José dezessete anos, apascentava os rebanhos com seus irmãos; sendo ainda jovem, acompanhava os filhos de Bila e os filhos de Zilpa, mulheres de seu pai; e trazia más notícias deles a seu pai. Ora, Israel amava mais a José que a todos os seus filhos, porque era filho da sua velhice; e fez-lhe uma túnica talar de mangas compridas. Vendo, pois, seus irmãos que o pai o amava mais que a todos os outros filhos, odiaram-no e já não lhe podiam falar pacificamente. Teve José um sonho e o relatou a seus irmãos; por isso, o odiaram ainda mais.” - Gênesis 37:2-5

A Bíblia nos conta que por causa destas diferenças, os irmãos de José o venderam como escravo a uma caravana de mercadores que ia ao Egito (Gn.37:28). Anos se passaram, e por fim se cumpriram os sonhos que Deus dera a José e ele so tornou o Governador de todo o Egito. Mas quando reencontra seus irmãos que foram atrás de comida, não decide se vingar, mas perdoa e os chama à restauração do relacionamento:

“Disse José a seus irmãos: Agora, chegai-vos a mim. E chegaram-se. Então, disse: Eu sou José, vosso irmão, a quem vendestes para o Egito. Agora, pois, não vos entristeçais, nem vos irriteis contra vós mesmos por me haverdes vendido para aqui; porque, para conservação da vida, Deus me enviou adiante de vós.” - Gênesis 45:3,4

Não acredito que haja tantas histórias de restauração familiar na Bíblia sem motivo algum. Penso que Deus deseja encher nosso coração de fé naquilo que Ele pode e quer fazer. Sei que as pessoas podem usar de seu livre-arbítrio para decidirem separar-se sem nunca mais desejar estar juntas. Mas muitas vezes isto só acontece por interferência espiritual maligna, e este quadro pode ser revertido.

Jesus falou que veio dividir uma casa (Lc.12:51-53). Com isso ele se referia àqueles lares em que uns se converteriam e outros não, e deixou claro que deveríamos colocá-lo em primeiro lugar, mesmo antes dos relacionamentos familiares. Se for necessário escolher entre Jesus e algum familiar, sem dúvida devemos optar por ele.

Por outro lado, vemos várias famílias sendo alcançadas conjuntamente no livro de Atos, o que nos mostra o plano e a intenção de Deus para as famílias. Se pudermos ter Jesus e a família juntos, melhor ainda!

UM TESTEMUNHO ATUAL

Além dos exemplos bíblicos de restauração familiar, decidi inserir uma história de nossos dias; o relato a seguir é verdadeiro, foi escrito por Marcelo Mendes, um irmão e amigo que tive o privilégio de acompanhar desde o início de sua conversão a Cristo, e que hoje, juntamente com sua esposa Simone, tornou-se um canal de bênçãos para muitos na Comunidade Vida, em Guarapuava/Pr:

“Minha vida começou a ser transformada em meados de 1994, quando estava casado à cinco anos, com uma mulher maravilhosa, a Simone, e tendo uma filha graciosa de três anos, Luana. Eu me achava com uma vida “boa” e dizia ser um cara realizado, por dispor de uma família estável e uma condição financeira razoável. Nesta época, achava que não precisava de nada, mas a verdade é que eu era um miserável e não podia enxergar.

Naquele tempo, havia uma pressão espiritual muito grande sobre mim. Sentia um desejo de experimentar coisas novas, sair da rotina, mudar alguma coisa. E além de não ter nenhuma orientação correta da parte de alguém que conhecesse a Deus, havia meus amigos insistindo para que buscássemos prazer em outros lugares, mulheres, bebidas e coisas do gênero.

Foi neste contexto que conheci uma pessoa, em uma festa na casa de uma prima, quando minha esposa estava viajando na casa de seus pais. E, em resumo me envolvi com ela. Não me dei conta de que a partir de então, não apenas estava destruindo minha família e pecando contra Deus, mas também pecava contra a própria pessoa com quem me envolvi.

Decidi separar-me e viver com essa outra pessoa. E mandei que minha esposa fosse embora, pois não queria que permanecesse na mesma cidade. Tivemos situações de medo, angustia, até tristeza, e em meio a toda essa crise, vivi dias de depressão, chegando até mesmo a pensar algumas vezes em suicídio, pois já não sabia mais o que queria fazer, e se me aventuraria em um novo relacionamento jogando fora um casamento que já durava cinco anos. E infelizmente, fiz a escolha errada.

Quando comecei a viver com essa outra pessoa, pareceu, a princípio, ter sido a melhor decisão, e isso durou cerca de dois anos e meio. Mas, quando recebemos favores do diabo, chega o momento da cobrança, e o preço é caro. De modo que, nos últimos nove meses desse período, comecei a viver no inferno. E não estou acusando a outra pessoa, pois eu mesmo muitas vezes me sentia oprimido a agir de forma que também não me agradava.

Por várias vezes, depois de várias discussões, pousava na rua, buscava refugio em amigos, bebidas, etc. Tentamos ter um filho, mas desde os dezoito anos, fui informado por um médico do Exército, que possuía uma deficiência na geração de espermatozóides férteis, e que na ocasião do meu casamento, devia planejar filhos logo no início, pois com o passar dos anos não seria mais possível, o que me fez concluir que o diagnóstico já estava se cumprindo nesta época.

E é em momentos como este, quando estamos vulneráveis à ponto de nos entregarmos a total derrota, que vem o livramento do Senhor. A pessoa com quem eu vivia começou a freqüentar a igreja e entregou sua vida a Jesus. Depois disto, me chegou às mãos uma mensagem gravada do pastor Luciano Subirá, intitulada “Remidos do Inferno”, e confesso que o Senhor me pegou de jeito! Ao ser confrontado, senti as minhas misérias e naquele momento pude sentir o verdadeiro amor do Senhor... era como se todos os meus problemas e meus pecados fossem lançados ao mar, e a partir daquele dia decidi seguir Jesus Cristo e passei a também a frequentar a igreja.

Começamos a participar de um grupo de estudos que enfatizava muito os princípios de Deus para a família, e quanto mais conhecíamos ao Senhor e sua Palavra, mais incomodados ficávamos pela forma como estabelecemos nosso relacionamento, quebrando as leis de Deus. Esta situação, entre outras, contribuiu para o término do nosso relacionamento.

Fui a Curitiba e pedi perdão à minha esposa por tudo o que havia feito contra ela. Descobri então, que ela também havia conhecido a Cristo. No dia de nossa separação, quando a Simone embarcou no ônibus, uma senhora sentada ao seu lado percebeu sua tristeza e ministrou naquela mesma hora ao coração de minha esposa. Ela disse que podemos perder tudo nessa vida, mas que o mais importante era sabermos que o Senhor Jesus jamais nos desampara, que Ele é a nossa força e tem o poder de nos restituir tudo aquilo que perdemos. Ao desembarcar em Curitiba, com minha sogra à sua espera (que pensava como poderia fazer para consola-la), minha esposa desceu do ônibus muito feliz, dizendo que podia ter me perdido, mas que havia conhecido algo muito mais especial; dizia que descobriu o verdadeiro amor na pessoa do Senhor Jesus.

Deus me abençoou com a restauração da minha família. Alguns meses depois nos casamos “novamente” e a confirmação desta aliança restaurada veio através do nascimento de nossa segunda filha (a Amanda) no ano de 1999, contrariando todos os diagnósticos médicos de minha impossibilidade de ter filhos.

Hoje, quando olho para trás e vejo o quanto Deus mudou minha vida e família, encho-me de gratidão ao Senhor e me sinto desafiado a lutar no ministério pela restauração de famílias. Tenha certeza de que Ele pode fazer algo por você também!...”


Autor: Luciano P. Subirá
www.orvalho.com

Honrando ao Senhor com Nossos Bens


por Luciano P. Subirá

“Honra ao Senhor com os teus bens, e com as primícias de toda a tua renda; assim se encherão de fartura os teus celeiros, e transbordarão de mosto os teus lagares”. Provérbios 3:9,10

Temos aqui uma promessa de Deus... que tem o seu “sim” e seu “amém” (II Co.1:21). Este texto fala de Deus enchendo seu povo com a sua provisão. Não temos celeiros e lagares hoje de forma literal como os judeus daquela época, mas devemos entender que Deus está se referindo à provisão abundante. É a vontade de Deus suprir seus filhos materialmente. Há diversas promessas na Bíblia que se referem a isto (Sl.23:1; Fl.4:19).

Contudo, isto não se dá de forma automática. Esta promessa é condicional; ou seja, não se cumpre por si só, mas depende de cada um de nós para que possa ser concretizada. O texto pode ser divido em duas partes: aquilo que nós temos que fazer, e o que Deus fará depois que fizermos a nossa parte.

Esta promessa divina é sobre provisão e prosperidade (não entenda como riqueza), e revela a vontade do próprio Deus para seus filhos. Contudo, muitos crentes sinceros não a tem experimentado. Acredito que isto tem se dado justamente porque há uma dimensão de entendimento por trás desta promessa que ainda não tem sido penetrada pela maioria dos crentes.

Temos ouvido muito sobre as bênçãos do dar, e acredito nesta doutrina porque é bíblica. Mas a Palavra de Deus não nos ensina somente a dar, mas também a forma certa de faze-lo! Creio que este texto nos revela mais sobre a atitude que devemos ter, do que a dádiva em si. Veja bem: quando afirmamos que Deus responde as orações, estamos afirmando algo bíblico e verdadeiro. Mas a Escritura Sagrada não nos ensina apenas a orar, mas revela também que há uma forma correta de se fazer isto. Percebemos este princípio na epístola de Tiago, onde lemos: “Pedis e não recebeis, porque pedis mal...” (Tg.4:2). Logo, precisamos aprender a pedir, mas também precisamos aprender a forma certa de faze-lo!

Acredito que o mesmo se dá com o ato de dar e ofertar ao Senhor. Foi por isso que Paulo instruiu os coríntios:

“Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, nem por constrangimento; porque Deus ama ao que dá com alegria” - II Coríntios 9:7

As Escrituras falam de gente como Caim que ofertou ao Senhor sem, contudo, ser aceita, uma vez que havia algo errado em sua atitude.

O PRINCÍPIO DA HONRA

O conselho que Deus nos dá por meio de Salomão é o de HONRAR ao Senhor com nossos bens. O que está em questão aqui é a manifestação da honra, e não os bens em si. O uso dos bens é só um meio para expressar esta honra.

Deus não está interessado em nossa oferta, e sim na atitude que nos leva a entregar-lhe a oferta. Um dos maiores exemplos disto está no que Deus pediu a Abraão: o sacrifício de Isaque (Gn.22:1-10). Na hora de imolar o filho, o patriarca foi impedido de faze-lo, e o Senhor deixou claro que só queria a expressão da honra, e não priva-lo de seu filho. Mas ao pedir justamente o que Abraão mais amava, o Senhor estava lhe dando uma oportunidade de honrá-lo tremendamente.

Vemos o mesmo princípio revelado de forma inversa, quando Ananias e Safira trazem uma oferta de alto valor, mas com a motivação errada e recheada de mentira. O que aconteceu? Deus se agradou? De forma alguma! Lemos em Atos 5:1-5 que o Senhor os julgou pelo que houve. O Pai Celeste não queria o dinheiro deles, e sim uma atitude de honra.

Honrar significa distinguir, fazer diferença. Portanto, Deus deseja ser distinguido de todas as demais coisas em nossas vidas, mesmo as que temos como mais preciosas. Mas porque Deus anseia ser honrado? Sabemos que Ele é infinitamente perfeito. Logo, não tem nenhum problema de rejeição ou auto-aceitação. Então, porque Ele busca tanto ser honrado? Deus o faz pelo simples fato de que deseja que sejamos abençoados! É isto mesmo! O Reino de Deus funciona por princípios. E um dos princípios que o Senhor estabeleceu é o seguinte:
“...eu honro os que me honram, mas aos que me desprezam, desprezarei” - I Samuel 2:30

Deus não está atrás de nossas ofertas, e sim da honra expressada por meio dela:

“O filho honra o pai, e o servo, ao seu senhor. Se eu sou pai, onde está a minha honra? E, se eu sou senhor, onde está o respeito para comigo? – diz o Senhor dos Exércitos a vós outros, ó sacerdotes que desprezais o meu nome. Vós dizeis: Em que desprezamos nós o teu nome? Ofereceis sobre o meu altar pão imundo e ainda perguntais: Em que te havemos profanado? Nisto que pensais: A mesa do Senhor é desprezível. Quando trazeis animal cego para o sacrificardes, não é isso mal? E, quando trazeis o coxo ou o enfermo, não é isso mal? Ora, apresenta-o ao teu governador; acaso, terá ele agrado em ti e te será favorável? – diz o senhor dos Exércitos. Agora, pois, suplicai o favor de Deus, que nos conceda a sua graça; mas, com tais ofertas nas vossas mãos, aceitará ele a vossa pessoa? – diz o Senhor dos Exércitos. Tomara houvesse entre vós quem feche as portas, para que não acendêsseis, debalde, o fogo do meu altar. Eu não tenho prazer em vós, diz o Senhor dos Exércitos, nem aceitarei da vossa mão a oferta”. - Malaquias 1:6-10

Quando Deus instituiu as ofertas, esperava ser honrado através delas, e não buscava a oferta em si. Através do profeta Malaquias, o Senhor está dizendo que preferia o templo fechado a receber uma oferta que não expresse honra. Nos dois níveis de relacionamento com Deus em que nos enquadramos (o de filho e o de servo), espera-se que haja honra.

“Estando ele em Betânia, reclinado à mesa em casa de Simão, o leproso, veio uma mulher que trazia um vaso de alabastro cheio de bálsamo de nardo puro, de grande preço; e, quebrando o vaso, derramou-lhe sobre a cabeça o bálsamo. Mas alguns houve que em si mesmos se indignaram e disseram: Para que se fez este desperdício do bálsamo? Pois podia ser vendido por mais de trezentos denários que se dariam aos pobres. E bramavam contra ela. Jesus, porém, disse: Deixai-a; porque a molestais? Ela praticou uma boa ação para comigo. Porquanto os pobres sempre os tendes convosco e, quando quiserdes, podeis fazer-lhes bem; a mim, porém, nem sempre me tendes. Ela fez o que pode; antecipou-se a ungir meu corpo para a sepultura. Em verdade vos digo que, em todo o mundo, onde quer que for pregado o evangelho, também o que ela fez será contado para memória sua”. - Marcos 14:3-9

Observe o que esta mulher fez. Certamente ela honrou ao Senhor com sua atitude, e permitiu que, através de seu ato, o Senhor também pudesse honrá-la. Estamos estudando acerca desta mulher por ordem de Jesus. E isto não foi decidido por Ele só para termos o que aprender, mas para que esta mulher jamais fosse esquecida pelo que fez.

Se a honra que o Senhor nos concede está ligada à honra que para com ele praticamos, então podemos dizer que esta mulher, Maria de Betânia, conseguiu ir fundo em sua atitude. Em geral, este texto é usado para falar acerca de adoração – e concordo com isso – mas, o que a maioria dos crentes não se apercebe é que seu contexto envolve dinheiro, e não música. Este é um tipo de adoração silenciosa, mas que certamente enche o coração de Deus.

O que podemos aprender com esta mulher e as pessoas que estavam naquele banquete? A primeira coisa que Deus falou ao meu coração neste texto, é que normalmente vinculamos nossas ofertas a uma necessidade específica.

Como pastor percebo muito bem isto; sempre que desafiamos as pessoas a ofertarem com vistas a um propósito específico, elas correspondem mais. E quero declarar que temos errado nesta matéria. Vemos exemplos bíblicos de ofertas que foram levantadas visando suprir uma necessidade, como foi no caso do tabernáculo de Moisés, por exemplo. Isso em si não é errado, mas há uma mentalidade errada que entrou juntamente com a prática deste princípio: a de que temos sempre que achar um destino de utilidade justificável para a oferta.

Quando aquela mulher quebrou o vaso e derramou o perfume, ela estava praticando um desperdício. Não havia razão – diante do raciocínio humano – para se fazer aquilo. E estamos falando de uma oferta altíssima, especialmente para a simplicidade que enxergamos naquele lar! Mas ninguém reclamou do valor que a mulher decidira abrir mão por amor ao Senhor. Trezentos denários era muito dinheiro. Um denário era a paga de um dia de trabalho. Os judeus trabalhavam seis dias por semana, portanto, em um mês de 30 dias, ganhavam cerca de vinte e seis denários (descontando os quatro sábados de descanso); o perfume “desperdiçado” podia ser vendido (de segunda mão) por trezentos denários, mas talvez tenha custado até mais que isso para a mulher. Isto dava mais de um ano de salário de um trabalhador normal!

Note que ninguém se importou com a oferta em si, mas com o fato dela não poder ser utilizada dentro do que era esperado fazer com o dinheiro. Da mesma forma, acredito que temos perdido a essência da oferta, que é dar ao Senhor honra. Só pensamos naquilo em que o dinheiro pode ser aproveitado. Se a oferta for para melhorias no templo, todo mundo dá, pois vai redundar em conforto para quem está dando. Mas quando se trata de ofertar para quem está no campo missionário, não nos sentimos tão dispostos! Você não acha isso errado?

Não temos nos preocupado de verdade em agradar ao Senhor. A maioria das mensagens sobre contribuição nos faz crer que dizimar e investir num título de capitalização são a mesma coisa. Não nego que Deus fez promessas acerca de nos abençoar; Malaquias 3:9-12 é muito claro sobre isto. Mas o que faz com que Deus nos abençoe? Não é o dar em si, mas a atitude de honra que demonstramos por trás do dar.

Há crentes que dizimam, mas sonegam os impostos, pisam nas pessoas com quem negociam para ganhar dinheiro, exploram os necessitados e acham que porque dizimaram Deus lhes prosperará. O dízimo traz bênçãos enquanto está sendo uma expressão de honra ao Senhor. Mas quando o isolamos deste princípio, estamos literalmente anulando a promessa do Senhor. Honrar ao Senhor com nossos bens diz respeito a muito mais do que dizimar; o dízimo é apenas uma parte disto (se entregue de forma correta).

QUEBRANDO O SENHORIO DO DINHEIRO

A Bíblia é clara em nos revelar que o dinheiro é um concorrente ao senhorio de Cristo em nossa vida:

“Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar a um e amar o outro, ou há de dedicar-se a um e desprezar o outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas”. - Mateus 6:24

Paulo chamou a avareza de idolatria (Cl.3:5). Jesus disse que o que é elevado entre os homens perante Deus é abominação (Lc.16:13-15); e ele falava acerca da ganância dos fariseus quando fez esta afirmação.

No livro “O Seu Dinheiro” (Bless Editora), Howard Dayton afirma que “há na Bíblia quinhentos versículos sobre oração, menos de quinhentos sobre a fé, porém, mais de dois mil trezentos e cinqüenta sobre dinheiro e posses”. Este não é um assunto sem importância. As Escrituras falam mais dele do que sobre muitos outros temas que julgamos vitais para uma vida cristã sadia.

O dinheiro em si não é problema. A Palavra declara que “o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males” (I Tm.6:10). Alguém pode amar o dinheiro sem tê-lo, e alguém pode ter dinheiro sem amá-lo. O salmista declarou: “Se as vossas riquezas aumentam, não ponhais nelas o coração” (Sl.62:10). Ninguém precisa jogar o dinheiro fora; o problema não é o crente ter dinheiro, e sim o dinheiro ter o crente!

Já vimos que Deus não está interessado em nosso dinheiro, e sim na honra que lhe conferimos. Mas porque Deus deseja justamente ser honrado com nossas finanças? Quando conseguimos honrar ao Senhor justamente nesta área que mais domina e prende nosso coração, estamos cumprindo o verdadeiro sentido da palavra honra: fazer distinção e coloca-lo acima dos nossos maiores valores.

Precisamos aprender a dar porque amamos mais a Deus do que nossos bens, e não só pela utilidade da oferta em si. Fico pensando qual seria minha reação se visse algum irmão de nossa igreja queimar alguns maços de notas de cem reais no culto de adoração... o que a aquela mulher fez foi algo parecido. Ela não deixou aproveitar nem o vaso! Não acredito que devemos cultivar uma atitude de desperdício, mas que devemos aprender a dar mesmo se o dinheiro não se aproveitasse para nada.

Dar só para dizer a Deus que ele está acima do dinheiro em nossas vidas já seria motivação suficiente para honrá-lo. Contudo, o Senhor ainda permite que o dinheiro seja utilizado no avanço do seu Reino e que ainda redunde em bênçãos para aquele que dá. Mas certamente precisamos mudar nossa mentalidade acerca deste assunto e assumir a ótica de Deus para nossas ofertas.

COMO DEUS VÊ NOSSAS OFERTAS?

O Senhor vê nossas ofertas de modo diferente do que costumamos ver. Observe:

“E sentando-se Jesus defronte do cofre das ofertas, observava como a multidão lançava dinheiro no cofre; e muitos ricos deitavam muito. Vindo, porém, uma pobre viúva, lançou dois leptos, que valiam um quadrante. E chamando ele os seus discípulos, disse-lhes: Em verdade vos digo que esta pobre viúva deu mais do que todos os que deitavam ofertas no cofre; porque todos deram daquilo que lhes sobrava; mas esta, da sua pobreza, deu tudo o que tinha para seu sustento”. - Marcos 12:41-44

Assim como no dízimo Deus estabeleceu uma proporção (ou fatia) do orçamento a ser devolvida para Ele, também no que diz respeito às ofertas Ele considera a possibilidade de cada um. Este texto bíblico nos revela que uma viúva pobre deu mais do que os ricos que lançavam muito dinheiro. Para eles, aquelas grandes quantias era troco, mas para a viúva, significava tudo o que ela possuía para viver.

Quem mais honrou a Deus com sua oferta? Certamente foi a viúva que deu tudo, e não os ricos. Ela demonstrou amor genuíno, os outros só cumpriram com sua obrigação... mas infelizmente temos a mania de achar que a oferta só tem sentido quando faz diferença no caixa da Igreja. Da mesma forma como com a mulher que quebrou o vaso de alabastro, esta viúva também não fez diferença para o caixa da Igreja (prefigurada no templo). Mas demonstrou honra, e isto é o que importa.

HONRA COM BENS QUE NÃO CHEGAM AO REINO

A Bíblia fala de outras ofertas que não produzem diferença no caixa e contabilidade da Igreja:

“O que se compadece do pobre empresta ao Senhor, que lhe retribuirá o benefício”. Provérbios 19:17

Há ocasiões em que seremos levados a exercer misericórdia e dar esmolas. Este dinheiro não vai fazer diferença no caixa e contabilidade da Igreja, mas Deus o recebe como se fosse para Ele. E recompensa aquele que se preocupa com o que é importante para Ele.

No chamado Sermão da Montanha, Jesus nos ensinou a ter uma atitude de não brigar por causa dos bens materiais. Há momentos em que a melhor atitude é abrir mão do que temos:
“e ao que quiser pleitear contigo, e tirar-te a túnica, larga-lhe também a capa”. Mateus 5:40

Paulo ensinou o mesmo princípio aos irmãos de Corinto:

“Então, se tiverdes negócios em juízo, pertencentes a esta vida, constituís como juízes deles os que são de menos estima na igreja? Para vos envergonhar o digo. Será que não há entre vós sequer um sábio, que possa julgar entre seus irmãos? Mas vai um irmão a juízo contra outro irmão, e isto perante incrédulos? Na verdade já é uma completa derrota para vós o terdes demandas uns contra os outros. Por que não sofreis antes a injustiça? Por que não sofreis antes a fraude?” - I Coríntios 6:4-6

Quando deixamos de lado uma causa que é nosso direito, simplesmente para evitar um escândalo ou mau testemunho, e fazemos isto de coração, para que o Senhor seja honrado, mesmo sem que o dinheiro vá para o “caixa” do Reino de Deus, o Senhor o recebe como se tivesse ofertado na igreja. Isto também é honrar ao Senhor com nossos bens!

A Bíblia ainda nos fala de Jó, a quem o diabo roubou todos os bens (Jó 1:12), mas que manteve uma atitude correta diante das perdas. Sua mulher lhe disse para amaldiçoar seu Deus e morrer, mas ele demonstrou crer que seu Redentor vivia e mudaria sua condição. E por fim, não vemos o diabo devolvendo o que roubou, mas Deus lhe dando em dobro tudo o que possuía! (Jó 42:10).

Acredito que até mesmo se mantivermos uma atitude correta diante das perdas, mesmo sem ofertarmos, só de agirmos corretamente, que Deus recebe isto como honra, a ponto de restituir as perdas causadas pelo diabo.

Precisamos aprender a honrar ao Senhor com nossos bens e atitude em relação a eles, porque este é um caminho que, além de agradar a Deus, nos levará a usufruir das suas abundantes bênçãos.


Autor: Luciano P. Subirá
www.orvalho.com

Abandonando a Maledicência


por Luciano P. Subirá

“Despojando-vos, portanto, de toda maldade e dolo, de hipocrisias e invejas e de toda sorte de maledicências, desejai ardentemente, como crianças recém-nascidas, o genuíno leite espiritual, para que, por ele, vos seja dado crescimento para salvação” I Pedro 2:1,2

Este texto fala sobre o crescimento para a salvação, fala sobre o crescimento espiritual. E o apóstolo Pedro, usando uma figura, diz que quando nascemos de novo, somos semelhantes a uma criança recém nascida. E assim como essa criança precisa de alimento para se desenvolver, ele diz que nós também precisamos de crescimento. Só que, diferente da criança que precisa apenas do acréscimo do alimento, ele está aqui dizendo que nós não apenas precisamos desejar o alimento, mas também que algumas coisas na nossa vida precisam ser tiradas, alguns impedimentos que precisam ser removidos para que então busquemos o leite e cresçamos.

E Deus tem me guiado de uma maneira muito clara a reconhecer nestes dias que há um grande impedimento para o nosso crescimento. Há um grande impedimento para o crescimento da igreja de uma forma coletiva, que nos impede de provar mais a graça de Deus e esse impedimento precisa ser arrancado da nossa vida; ele precisa ser deixado de lado, ele precisa ser abandonado.

Embora o apóstolo Pedro fale sobre vários impedimentos, o tempo e a nossa necessidade nos leva tratar de um só deles: a maledicência. A palavra maledicência significa dizer mal ou falar mal. Como crentes em Jesus, somos advertidos a abandonar esta prática:

“Agora, porém, despojai-vos, igualmente, de tudo isto: ira, indignação, maldade, maledicência, linguagem obscena do vosso falar”. Colossenses 3:8

“Lembra-lhes que se sujeitem aos que governam, às autoridades; sejam obedientes, estejam prontos para toda boa obra, não difamem a ninguém; nem sejam altercadores, mas cordatos, dando provas de toda cortesia, para com todos os homens.” Tito 3:1-2

Os crentes daquela época não eram diferentes de nós; sabiam muito bem o que é esse problema, de você emitir opinião, fazer julgamentos, interpretar à sua maneira, ou levar à frente algo que alguém já te trouxe... Isto era um problema que eles também tinham, que eles também enfrentavam, e que a Bíblia nos exorta a tomar um posicionamento firme quanto a ele.

Eu quero falar sobre algumas coisas ligadas à maledicência e tentar te ajudar a ver com mais clareza o quanto Deus leva a sério este assunto.

UMA QUESTÃO DE CARÁTER

Em primeiro lugar, quero afirmar para você que do ponto de vista de Deus, deixar a maledicência é uma questão de caráter. Em I Timóteo 3:11, há uma lista ali onde o apóstolo Paulo cita alguns critérios que os líderes devem ter em suas vidas. Ele começa falando dos presbíteros e suas esposas, depois ele fala dos diáconos e das suas esposas. E entre estas muitas características, ali em I Timóteo 3:11, diz o seguinte: “da mesma sorte, as mulheres sejam sérias, não maldizentes, temperantes e fiéis em tudo”. Ele diz que elas não devem ser maldizentes. Ele estabelece isto como um traço de caráter, um requisito de Deus para que alguém seja estabelecido em uma posição de liderança.

Muitas vezes, o nosso posicionamento é de separar o que é um “pecadão” e o que é um “pecadinho”; e acabamos tolerando algumas coisas que não deveriam ser toleradas. E não estou falando só sobre falar mal de pessoas; muitas vezes falamos mal de uma circunstância, falamos mal de um momento, alguns chegam a falar mal de si mesmo.

Deus me levou a um texto que mostra que esta questão de não ter na nossa vida a maledicência é algo que Deus olha como um traço de caráter que Ele não negocia. Veja o caso de José. Nós não temos muitas porções bíblicas sobre a pessoa de José, que se casou com Maria, e que foi o pai de Jesus, mas nós sabemos que Deus precisava escolher uma pessoa descente, honrada, que pudesse ser um exemplo e um espelho para o Senhor Jesus na sua criação. Se fosse alguém com o caráter deturpado, se fosse alguém cheio de desvios de comportamento, ele não seria um bom espelho para o Senhor Jesus (E mesmo ele não sendo o pai biológico, ele seria o espelho dentro de casa).

A Bíblia não fala muito sobre a pessoa dele, de suas virtudes, mas praticamente uma das únicas que é mencionada, foi uma das coisas que Deus usou mais fortemente para impactar meu coração nesse assunto.

“Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: estando Maria, sua mãe, desposada com José, sem que tivessem antes coabitado, achou-se grávida pelo Espírito Santo. Mas José, seu esposo, sendo justo e não a querendo infamar, resolveu deixá-la secretamente. Enquanto ponderava nestas coisas, eis que lhe apareceu, em sonho, um anjo do Senhor, dizendo: José, filho de Davi, não temas receber Maria, tua mulher, porque o que nela foi gerado é do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho e lhe porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles”. - Mateus 1:18-21

Quero que você pare e pense um pouco comigo. A Bíblia diz que quando José ouve a notícia de que Maria está grávida, eles eram noivos. A palavra desposado significa comprometido antes do casamento. Um estava comprometido ao outro; ele estava aguardando o casamento e como um homem de Deus, ele espera o casamento antes de se envolver com sua mulher. Mas, de repente, ele ouve a notícia: Maria está grávida! Sabe que não foi ele e, nunca se ouviu falar nem antes, nem depois, de alguém ter concebido do Espírito Santo... Então tente imaginar José cogitando, qual a probabilidade do que possa ter acontecido. Na mente dele era uma coisa só que se passava: Maria o tinha traído, o tinha rejeitado, tinha quebrado a aliança antes mesmo dela ser definitivamente estabelecida. É lógico que isto não aconteceu de fato, mas até que José recebesse um esclarecimento de Deus, foi o que pensou.

Se ele abrisse a boca dizendo que ela estava grávida, pela lei de Moisés ela poderia até ser apedrejada. José poderia ceder ao espírito vingativo, ao rancor, ao ciúme. Ele podia no mínimo ter defendido seu lado, mas a Bíblia diz que José era homem justo, e porque ele era justo, não queria difama-la, então ele intenta deixa-la secretamente. Em sua mente ele estava dizendo: acabou. Só que preferia sair de fininho, para não complicar a vida dela. Ela ainda estava pensando isso, quando o anjo do Senhor apareceu a ele explicando o que estava de fato acontecendo.

Agora responda com sinceridade: você acha que José tinha motivos para falar de Maria ou não? Na mente dele antes que ele soubesse o que aconteceu, era esta a interpretação. Ele poderia ter se achado no direito de falar. A maioria de nós não perderia uma chance dessas para acabar com a outra pessoa! Ele poderia no mínimo ter buscado o direito de se explicar, mas a Bíblia diz que havia nele um traço de caráter, que ao meu entender foi uma das coisas que levou Deus a escolhe-lo para exercer o papel que exerceu.

Imagino Deus vasculhando a terra atrás de um homem descente para ser exemplo ao seu Filho... e me pergunto: o que levou Deus a colocar seus olhos em José e dizer: “é de alguém assim que Eu preciso, alguém que tinha a oportunidade e a possibilidade de destruir a vida de alguém, mas decide fechar os seus lábios, e diz simplesmente que se recusa a difamar”.

Difamar (ou infamar) significa espalhar má fama, falar mal. Então, quando a Palavra de Deus está tocando em um assunto como este, eu acredito que nós precisamos considerar e dizer: “isso é uma coisa mais séria do que a gente normalmente acha que é”. O pecado da maledicência tem ferido muito a Igreja do Senhor, uma vez que Deus se move muito na unanimidade. O Novo Testamento mostra que quando havia unanimidade o Espírito Santo vinha com tudo, mas quando a maledicência, a fofoca, o mexerico e o diz-que-me-diz começam a correr solto no nosso meio, não há como se manter a unidade. E quando a unidade vai embora, vai-se com ela a grande possibilidade de estarmos debaixo de uma grande visitação de Deus.

Se nós queremos ver Deus agir, nós vamos precisar que Deus trabalhe esse traço de caráter na nossa vida. O Senhor Jesus também foi muito enfático no sermão do monte:

“Bendizei aos que vos maldizem, orai pelos que vos caluniam”. - Lucas 6:28

Bendizer significa falar bem. Esta foi a ordem do Senhor: fale bem dos que te maldizem, dos que falam mal de você. E ore pelos que te caluniam, pelos que estão inventando histórias sobre você. O Senhor Jesus nos advertiu a não jogar o mesmo jogo!

“Ah! mas fulano também está falando”, diriam muitos. Mas Jesus está dizendo para você não jogar o mesmo jogo! Se alguém falou mal de você, fale bem dele! “Ah! mas ele está me caluniando”... Então ore por ele!

A grande verdade é que quando Deus diz para não falar mal dos outros, Ele não está pensando nos outros, Ele está pensando em você. Porque falar mal de quem quer que seja, prejudica a você e não necessariamente a outra pessoa. Praticar a maledicência é acionar uma lei espiritual que vai te colocar em desvantagem, que vai te trazer prejuízo. Então, quando Ele diz, “não fale mal”, Ele não está tentando proteger a outra pessoa de quem você falaria, Ele está tentando proteger você. Esta é uma ordem e é um mandamento do Senhor Jesus, e Ele espera que nós sigamos aquilo que Ele mandou.

QUEM ESTÁ POR TRÁS

Talvez o grande problema da maledicência é quem está por trás dela. Nós falamos em primeiro lugar sobre traço de caráter, e agora eu quero mostrar o que está por trás dela. Quando o apóstolo Paulo estava dando instrução sobre quais viúvas deveriam ser socorridas, faz uma afirmação sobre o comportamento de algumas que ele não aprovava:

“Além do mais, aprendem também a viver ociosas, andando de casa em casa; e não somente ociosas, mas ainda tagarelas e intrigantes, falando o que não devem. Quero, portanto, que as viúvas mais novas se casem, criem filhos, sejam boas donas de casa e não dêem ao adversário ocasião favorável de maledicência. Pois, com efeito, já algumas se desviaram, seguindo a Satanás”. - I Timóteo 5:13-15

Ele diz: Timóteo, tome cuidado com as que estão nesta posição, porque elas vão se tornar ociosas, andando de casa em casa, falando o que não convém... E a expressão que ele usa é “algumas já se desviaram, seguindo após Satanás”. A Bíblia está dizendo que quem instiga maledicência é Satanás e os seus demônios, ele é quem está por trás disto! Quando a Bíblia diz que elas se tornam intrigantes, está chamando elas de promotoras de intrigas. Trata-se de gente que está gerando contenda, confusão no meio do povo de Deus. E Paulo é muito taxativo e diz: “elas estão seguindo a Satanás”!

Você não pode dar outro nome a isso. E ainda tem gente que diz: “Ah, pastor, foi só uma falhazinha, afinal de contas eu também sou humano”. Pois é querido, os humanos são a preferência de Satanás, para disseminar a semente e o mal dele, ele escolhe pessoas como você e eu, porque ele sabe que muitas vezes nós somos susceptíveis à instigação dele...

“Ora, a língua é fogo; é mundo de iniqüidade; a língua está situada entre os membros de nosso corpo, e contamina o corpo inteiro, e não só põe em chamas toda a carreira da existência humana, como também é posta ela mesma em chamas pelo inferno”. - Tiago 3:6

A Bíblia diz que nossa língua é posta em chamas pelo inferno, ou seja, pelos poderes das trevas! Quando falamos mal uns dos outros, estamos dando lugar ao Diabo. Não há meio termo nem outra explicação para isto. Esta é umas das razões pelas quais mais devemos correr deste pecado. Mas além disto, ainda há as conseqüências...

ALGUMAS CONSEQÜÊNCIAS

Em certa ocasião, o apóstolo Paulo comentou que algumas pessoas o estavam acusando de ter falado algumas coisas que ele não tinha de fato falado, e afirma:

“E por que não dizemos, como alguns, caluniosamente, afirmam que o fazemos: Pratiquemos males para que venham bens? A condenação destes é justa”. - Romanos 3:8

Ele estava dizendo: “Eu nunca falei isso, eles colocaram estas palavras na minha boca, e porque eles estão me difamando, dizendo que eu disse algo (mesmo não tendo dito), a condenação deles é justa”. O texto fala de condenação, e isto não pode ser visto como coisa boa!

E quantos de nós já não fizemos isso?

Muitas vezes ouço crentes dizendo: “fulano falou isto”! E pergunto: “você ouviu dele”? Normalmente a resposta é: “Não! Mas ouvi de uma fonte segura”... Então acrescento: “sim, que também ouviu de outra fonte segura, que ouviu de outra fonte segura, e sabe-se lá quantas fontes seguras tem no meio disto tudo”!

Provavelmente você já tenha brincado de telefone sem fio, e sabe que cada conto aumenta um ponto. Sabe, é assim que nós vamos promovendo o mal. E eu acredito que a maioria de nós, os crentes, não falamos mal só pelo gosto de falar mal. Não inventamos o que estamos falando de mal; normalmente são interpretações e equívocos, mas só o fato de estarmos espalhando, se não estamos falando o que devia, pode nos colocar sob condenação!

Além disto, a maledicência nos rouba bênçãos de Deus. O Salmo 140:11 diz que o maldizente não se estabelecerá na Terra. Essa era uma das maiores promessas de Deus desde o início: “você vai se estabelecer na terra que o Senhor Deus te dá, você vai prosperar, você vai ter isso e aquilo”, mas o texto diz que os maldizentes não terão esta bênção.

E o pior é que isto é como uma bola de neve, quanto mais rola, mais cresce!

“Evita, igualmente, os falatórios inúteis e profanos, pois os que deles usam passarão a impiedade ainda maior. Além disso, a linguagem deles corrói como câncer; entre os quais se incluem Himeneu e Fileto”. - II Timóteo 2:16-17

A Bíblia diz que os que estão nisto passarão a uma impiedade ainda maior. Não há como interromper esse processo depois que você começa. A Bíblia diz que isso corrói, cresce como câncer, são células mortas, cancerígenas, crescendo no corpo e estragando aquilo que Deus projetou para funcionar de forma adequada.

A Escritura nos mostra que as conseqüências são sérias, que se trata de um pecado grave. Quando o apóstolo Paulo fala de alguns pecados que impedem as pessoas de herdar o reino de Deus, inclui os maldizentes na lista:

“Ou não sabeis que os injustos não herdarão o reino de Deus? Não vos enganeis: nem impuros, nem idólatras, nem adúlteros, nem efeminados, nem sodomitas, nem ladrões, nem avarentos, nem bêbados, nem maldizentes, nem roubadores herdarão o reino de Deus”. - I Coríntios 6:9-10

Jesus também afirmou que do coração do homem procede muitos dos pecados e incluiu a blasfêmia na lista:

“Porque de dentro, do coração dos homens, é que procedem os maus desígnios, a prostituição, os furtos, os homicídios, os adultérios, a avareza, as malícias, o dolo, a lascívia, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura. Ora, todos estes males vêm de dentro e contaminam o homem”. - Marcos 7:21-23

Blasfemar significa falar mal, infamar. Jesus colocou a blasfêmia junto com a prostituição, o homicídio e o furto. Mas em nossa mente tentamos desassociar tais pecados e nos convencer que não é assim tão sério. Não podemos negar. A Palavra de Deus nos mostra que a maledicência causa um estrago muito grande no meio da igreja de Cristo, é por isso que nós precisamos abandona-la, é por isso que nós precisamos deixa-la de lado, se queremos experimentar o que Deus prometeu e o que Ele disse que faria, nós temos que deixar de lado o que impede o nosso crescimento e impede o crescimento dos outros.

“O homem perverso espalha contendas, e o difamador separa os maiores amigos”. - Provérbios 16:28

Criamos tantos problemas com a nossa língua! Se a domássemos, a maior parte deles acabaria:

“Sem lenha, o fogo se apaga; e, não havendo maldizente, cessa a contenda”. - Provérbios 26:20

Uma das conseqüências mais graves em nossa vida é que a maledicência abre espaço para que o diabo tenha autoridade de ferir nossas vidas. A maledicência é uma brecha, uma legalidade para Satanás nos ferir. Falando de Israel no deserto e que essas coisas nos servem de exemplo, Deus diz:

“Nem murmureis, como alguns deles murmuraram e pereceram pelo destruidor”. - I Coríntios 10:10

Tem muito crente sendo ferido pelo diabo. Não porque a proteção de Deus não seja eficaz, mas porque abre brechas com sua própria língua bifurcada. Se você não tem conseguido deter os ataques do diabo contra sua vida, sugiro reexaminar seu comportamento nesta área, pois a probabilidade de falharmos nela é grande!

PRIVADOS DA PRESENÇA DIVINA

Quando tratava comigo nesta área, o Senhor falou ao meu coração que a maledicência, além de fazer de nós um canal de Satanás, ainda nos rouba a presença de Deus.

“Quem, SENHOR, habitará no teu tabernáculo? Quem há de morar no teu santo monte? O que vive com integridade, e pratica a justiça, e, de coração, fala a verdade; o que não difama com sua língua, não faz mal ao próximo, nem lança injúria contra o seu vizinho”. - Salmo 15:1-3

Este texto não só nos revela que para estar na presença do Senhor precisamos vencer este pecado, como também traz um pouco mais de luz sobre este tipo de erro. O texto fala de dois tipos de pecado da maledicência: ativo e passivo. O que difama com a língua é o ativo, e o passivo é o que ouve. Porque quando você ouve o maldizente (mesmo se você não fala nada) também está pecando por cumplicidade (Lv.19:16,17). Logo, quando emprestamos o ouvido a um maldizente estamos participando do mesmo pecado. E isto nos priva da presença de Deus.

Se você observar Efésios 4:29 que fala sobre não entristecer o Espírito Santo, vai perceber que o versículo anterior e o posterior retratam pecados cometidos com a língua. Logo, se queremos uma vida cheia do Espírito, é preciso corrigir isto. Portanto, evite a maledicência. Você faz isso de duas formas: evitando a maledicência e também evitando o maldizente

EVITANDO FALATÓRIOS E FALADORES

“E tu, ó Timóteo, guarda o que te foi confiado, evitando os falatórios inúteis e profanos e as contradições do saber, como falsamente lhe chamam, pois alguns, professando-o, se desviaram da fé”. - I Timóteo 6:20

Assim como o justo não se assenta na roda dos escarnecedores, precisamos também cuidar para que não nos enredemos por este pecado. Mas eu não só evito pecar com minha boca, como também evito pecar cedendo meus ouvidos à maledicência. As Sagradas Escrituras nos ensinam a evitar os maldizentes:

“Mas, agora, vos escrevo que não vos associeis com alguém que, dizendo-se irmão, for impuro, ou avarento, ou idólatra, ou maldizente, ou beberrão, ou roubador; com esse tal, nem ainda comais”. - I Coríntios 5:11

Desta forma, venceremos e continuaremos a crescer no Senhor.


Autor: Luciano P. Subirá
www.orvalho.com

A Prosperidade da Alma


por Luciano P. Subirá

“Amado, acima de tudo, faço votos por tua prosperidade e saúde, assim como é próspera a tua alma”. (III João 2)

Este texto reflete, ao meu entender, não apenas o sentimento do apóstolo João por Gaio, seu amigo e irmão em Cristo, mas revela a vontade de Deus para todos os seus filhos. Jesus ensinou que se nós, que somos maus, sabemos dar boas dádivas aos nossos filhos, quanto mais o Pai Celestial não dará coisas boas aos que lhe pedirem? (Mt.7:11). Assim como um pai terreno deseja o melhor para seus filhos, o Pai Celeste também deseja o melhor para os seus. Paulo declarou aos romanos que se Deus “não poupou a seu próprio Filho, mas por todos nós o entregou, como não nos dará também com ele todas as coisas?” (Rm.8:32). É indiscutível o fato de que Deus quer o nosso melhor. O apóstolo estava dizendo aos cristãos de Roma que se o Pai Celeste deu o que tinha de melhor – Jesus – não há nada que Ele não possa nos dar!

Creio que Deus deseja nossa prosperidade, o melhor para cada um de nós. Mas o que é prosperidade? A Concordância de Strong define a palavra grega traduzida como “prosperidade” (euodoo), da seguinte forma: 1) ter uma viagem rápida e bem sucedida, conduzir por um caminho fácil e direto; 2) garantir um bom resultado, fazer prosperar; 3) prosperar, ser bem sucedido. A palavra também era aplicada no sentido material (I Co.16:2), mas reflete a idéia de ir bem em todas as coisas. Prosperar, portanto, não é só ter necessidades materiais supridas, mas IR BEM na vida espiritual, ministerial, familiar, na saúde e no trabalho.

Deus quer que prosperemos, e nós mesmos desejamos isto. Mas a prosperidade que experimentaremos do lado de fora, nas circunstâncias, está diretamente ligada à prosperidade que provamos do lado de dentro, na alma. João declarou a Gaio:

– “Quero que você seja próspero... como é próspera a tua alma”.

Ou, em outras palavras:

– “Quero que você prospere TANTO QUANTO sua alma é próspera”.

Podemos dizer que se a alma de Gaio fosse pouco próspera, João estaria desejando que ele fosse tão pouco próspero quão pouco próspera era sua alma. Mas sendo ele muito próspero, então o apóstolo então estaria dizendo que gostaria que Gaio fosse muito próspero como muito próspera também era a sua alma.

Entender a prosperidade da alma é um passo importante para se prosperar nas circunstãncias, uma vez que o que provamos por dentro pode determinar a dimensão do que provaremos por fora.

A PROSPERIDADE PODE SE TORNAR EM MALDIÇÃO

Tanto na Escritura Sagrada quanto na história, encontramos exemplos de pessoas que prosperaram exteriormente sem prosperarem interiormente, e o resultado é sempre o mesmo: a bênção acaba se tornando em maldição. Um destes exemplos é o rei Uzias:

“Propôs-se buscar a Deus nos dias de Zacarias, que era sábio nas visões de Deus; nos dias em que buscou ao Senhor, Deus o fez prosperar”. (II Crônicas 26:5)

Com a bênção de Deus, Uzias alcançou aquilo que, sozinho, não teria alcançado:

“...divulgou-se a sua fama até muito longe, porque foi MARAVILHOSAMENTE AJUDADO, até que se tornou forte”. (II Crônicas 26:15b).

Entretanto, seu coração mudou quando alcançou prestígio e poder. Suas conquistas o levaram a agir de forma errada:

“Mas, havendo-se já fortificado, exaltou-se o seu coração para a sua própria ruína, e cometeu transgressões contra o Senhor, seu Deus”. (II Crônicas 26:16)

Porque a prosperidade circunstancial não foi acompanhada da prosperidade de alma, aquilo que deveria ser bom, se tornou algo ruim. E a história de Uzias se repete na vida de muitos outros em nossos dias. Nossas Igrejas estão repletas de histórias de gente que buscou ao Senhor, alcançou o sucesso em sua vida profissional, familiar, ministerial, mas não se deixou prosperar na alma na mesma proporção em que propsperou nestas áreas. O resultado é sempre o mesmo: não souberam lidar com sua nova condição. A fama, o prestígio, a promoção, as conquistas e o dinheiro os levaram a ruína. Muitos terminaram longe de Deus e sem estas coisas, exatamente do jeito que Paulo advertiu a Timóteo:

“Ora, os que querem ficar ricos caem em tentação, e cilada, e em muitas concupiscências insensatas e perniciosas, as quais afogam os homens na ruína e perdição. Porque o amor do dinheiro é raiz de todos os males; e alguns, nessa cobiça, se desviaram da fé e a si mesmos se atormentaram com muitas dores”. (I Timóteo 6:9,10)

Muitos já enriqueceram às custas de perderem outros valores interiores, inclusive sua própria fé. Este não é o desejo de Deus para nós. Por isso devemos propsperar em nossa alma. Uma alma próspera é aquela que não se prende à ganância e avareza. É despojada do egoísmo e do orgulho. Se uma pessoa está prosperando materialmente mas seu coração se prende ao dinheiro, é porque sua alma não vai bem. É este entendimento que percebemos na oração de Agur:

“Duas coisas te peço; não mas negues, antes que eu morra: afasta de mim a falsidade e a mentira; não me dês nem a pobreza nem a riqueza; dá-me o pão que me for necessário; para não suceder que, estando eu farto, te negue e diga: Quem é o Senhor? Ou que, empobrecido, venha a furtar e profane o nome de Deus”. (Provérbios 30:7-9)

Ele examina sua alma e reconhece dois perigos: o de pela pobreza furtar e quebrar princípios divinos e também o de prosperar e se esquecer de Deus. Se a prosperidade de alguém o privar da comunhão com Deus, então ela se transformou em maldição. A condição de nossa alma pode se tornar um fator limitante para a prosperidade exterior. Assim como um pai não deseja presentear um filho com algo que o prejudique, também o Senhor não deseja nos acrescentar algo que nos afaste de seu propósito.

Mas, se por um lado a oração de Agur reflete o entendimento de que a bênção não pode nos afastar de Deus, por outro não deve gerar em nós o sentimento de que nossa atual condição interior deve servir de limite à prosperidade exterior. Se percebemos um coração que se afastará de Deus com a riqueza, devemos buscar o desprendimento, que é uma das evidências da prosperidade interior.

MUDANDO O CORAÇÃO

A prosperidade não deve ser evitada pelo risco de ser transformada em maldição. Se assim fosse, Deus nunca prosperaria alguém como Uzias. O conselho divino é que policiemos nosso coração:

“...se as vossas riquezas prosperam, não ponhais nelas o coração”. (Salmo 62:10)

Devemos manter nosso íntimo alinhado com os princípios e valores do Reino de Deus, de modo que a prosperidade material não nos leve à ganância, avareza e egoísmo. Não precisamos de uma mentalidade franciscana que foge da riqueza como se este fosse o problema. Devemos permitir que nossa alma seja tratada pela Palavra de Deus e pela ação do Espírito Santo. Assim como não fugimos deste mundo nos trancando num convento para tentarmos nos santificar escondendo-nos do pecado, também não fugimos do dinheiro e da prosperidade para não pecar. Devemos tratar com nosso coração, e nos manter conscientes de qual é nosso maior tesouro.

Algumas pessoas se baseiam na oração de Agur para evitarem a prosperidade. Mas não entendem a essência da oração dele, que é não querer prosperar se isto significa afastar-se de Deus. Se percebemos em nosso íntimo uma inclinação a isto, devemos buscar o trato de Deus e a vitória sobre este tipo de inclinação. Não oro como Agur; peço a Deus que me faça prosperar na alma, que me prepare para prosperar do lado de fora sem que isto se torne um problema.

VENCENDO O EGOÍSMO

Um outro texto que tem sido mal entendido por muitos cristãos é o que fala sobre juntar tesouros no céu:

“Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam; mas ajuntai para vós outros tesouros no céu, onde traça nem ferrugem corrói, e onde ladrões não escavam, nem roubam; porque, onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração”. (Mateus 6:19-21)

Alguém disse que Jesus ensinou que não podemos ter tesouros aqui na terra, mas não foi isto que ele disse. Ele disse: “não ACUMULEIS para vós tesouros sobre a terra”. Esta palavra traduzida do original grego como “acumular” é “thesaurizo”. De acordo com a Concordância de Strong, significa: “ajuntar e armazenar, amontoar, acumular riquezas, manter em estoque, armazenar, reservar”. Há algo sobre a prosperidade da alma que precisamos entender: ela nos leva a viver acima do egoísmo. O propósito de prosperarmos materialmente não é o de REPRESAR os recursos só para nós, mas o de COMPARTILHARMOS o que Deus nos dá. Devemos ser como o leito de um rio, por onde os recursos sempre passam; não param de entrar mas também não param de sair.

Juntar tesouros no céu é algo que se faz não só investindo no galardão que vem através de se ganhar almas, orar e jejuar, etc. Todas as vezes que o Novo Testamento fala sobre juntar tesouros no céu, envolve algo que a pessoa faz com seus recursos terrenos. O Senhor Jesus disse ao jovem rico para vender seus bens e dar aos pobres, e disse que isto significaria ter um tesouro no céu (Mt.19:21). Muita gente acha que ter um tesouro no céu é não ter nenhum tesouro na terra. Mas, em outro texto bíblico, vemos o princípio de entesourar no céu sem deixar de ter posses na terra; Paulo disse a Timóteo:

“Exorta aos ricos do presente século que... pratiquem o bem, sejam ricos de boas obras, generosos em dar e prontos a repartir; que acumulem para si mesmos tesouros, sólido fundamento para o futuro, a fim de se apoderarem da verdadeira vida”. (I TImóteo 6:17-19)

Ou seja, uma pessoa não precisa ficar sem tesouros na terra para ajuntar nos céus. Ela tem que aprender a não represar para si, mas transbordar para outros. A razão pela qual muitos não alcançam uma maior prosperidade em Deus é justamente pela mentalidade egoísta de querer represar só para si. Precisamos entender que muitas vezes Deus não vai responder algumas orações que são puramente egoístas:

“Pedis e não recebeis, porque pedis mal, para esbanjardes em vossos prazeres”. (Tiago 4:3)

Quando o que a pessoa quer receber de Deus é só para si mesma, isto é visto como desperdício, como esbanjamento. O plano divino é de que transbordemos. O que alcançamos nunca deve ser só para nós mesmos, mas para compartilhar com outros. Foi isto que o apóstolo Paulo ensinou aos efésios:

“Aquele que furtava não furte mais; antes, trabalhe, fazendo com as mãos o que é bom, para que tenha o que repartir com o que tiver necessidade”. (Efésios 4:28)

Não podemos ganhar apenas o suficiente para nossas necessidades, mas para suprir a necessidade de outros também (além de contribuirmos com o Reino de Deus). E vencer o egoísmo, criando uma mentalidade de transbordar recursos, é prosperar na alma.

VENCENDO O ORGULHO

Além do egoísmo, um dos venenos que atingem a nossa alma e nos impedem de ser interiormente prósperos, é o orgulho. Paulo mandou Timóteo advertir acerca deste perigo:

“Exorta aos ricos do presente século que não sejam orgulhosos, nem depositem a sua esperança na instabilidade da riqueza, mas em Deus, que tudo nos proporciona ricamente para nosso aprazimento”. (I Timóteo 6:17)

Uma inclinação normal do ser humano é achar que suas conquistas são fruto de seu esforço e habilidade e esquecer da intervenção de Deus. Nabucodonozor foi julgado por isto (Dn.4:29-36). Mas depois de sair de seu estado de loucura, louvou a Deus e falou de como Deus humilha ao que anda na soberba:

“Agora, pois, eu, Nabucodonosor, louvo, exalto e glorifico ao Rei do céu, porque todas as suas obras são verdadeiras, e os seus caminhos, justos, e pode humilhar aos que andam na soberba”. (Daniel 4:37)

Quando colocou seu povo na terra de Canaã, o Senhor também os advertiu a não se tornarem orgulhosos de suas conquistas:

“Não digas, pois, no teu coração: A minha força e o poder do meu braço me adquiriram estas riquezas. Antes, te lembrarás do Senhor, teu Deus, porque é ele o que te dá força para adquirires riquezas; para confirmar a sua aliança, que, sob juramento, prometeu a teus pais, como hoje se vê”. (Deuteronômio 8:17,18)

A soberba precede a queda (Pv.16:18). Portanto, só poderemos ter prosperidade permanente do lado de fora se nossa alma prosperar vencendo o orgulho e trilhando o caminho da humildade.

VIVENDO A PROSPERIDADE INTERIOR

Passamos a viver a prosperidade interior quando Deus é nosso maior valor, e O colocamos (com seus valores) antes de qualquer outra coisa. Um dos textos bíblicos que melhor reflete este equilíbrio (da prosperidade externa ser proporcional à interna), é a declaração do Senhor Jesus Cristo sobre colocar o reino de Deus em primeiro lugar:

“Mas buscai primeiro o Reino de Deus, e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas”. (Mateus 6:33)

Se prosperamos espiritualmente, prosperaremos física e materialmente. Que o Senhor nos ajude a alcançar isto!


Autor: Luciano P. Subirá
www.orvalho.com

Fira-me o Justo


por Luciano P. Subirá

“Fira-me o justo, será isto uma benignidade; e repreenda-me, isso será como óleo sobre a minha cabeça; não recuse a minha cabeça...” - Salmo 141:15

Deus não quer ver seu povo doente e nem sofrendo, mas há uma espécie de ferida que produz cura, e esta deve ser praticada entre os crentes em geral. Ao dizer; “fira-me o justo”, Davi não falava sobre uma ferida física, e sim emocional. Referia-se ao desconforto (e até mesmo dor) produzido pela repreensão. E, apesar de se referir a algo aparentemente ruim, ele menciona as bênçãos provenientes deste ato: “e me será por benignidade, será como óleo sobre a minha cabeça”.

Todos precisamos ser ministrados através de outras pessoas, e isto envolve não apenas ouvir palavras amáveis de encorajamento, mas também palavras firmes de repreensão e correção! Moisés foi um homem que ouvia a Deus tão claramente, que tinha revelações poderosas sobre grandes e pequenos detalhes concernentes à condução do povo de Israel... no entanto, precisou ser corrigido por seu sogro, e aprendeu dele a importância de se trabalhar com grupos de liderança (Ex.18).

Isto me fez questionar varias vezes: se Deus falava sobre tanta coisa diretamente com Moisés, porque não falou acerca disto? Na verdade falou, mas não diretamente. Deus usou Jetro para que Moisés soubesse que por maior que fosse sua intimidade com Ele, por maior que fosse sua sensibilidade de ouvir a voz divina, ainda assim ele necessitava de pessoas que pudessem corrigi-lo e instruí-lo, pois ninguém é perfeito ou completo. Todos precisamos de pessoas que possam nos ministrar.

A Bíblia diz que aquele que se isola insurge-se contra a verdadeira sabedoria (Pv. 18:1). Ninguém pode viver sozinho recusando-se a ouvir outros. Lembro-me de um culto onde Deus deu-me uma experiência inusitada e que me serviu para esclarecer bastante este princípio. No fim de um culto abençoado, o Senhor começou a se mover entre nós e eu estava muito à vontade para fluir no Espírito; recebi do Senhor algumas palavras proféticas e as comuniquei às pessoas a quem eram dirigidas. Não o fiz de púlpito, desci até cada uma delas e lhes falei algo da parte do Senhor. Quando voltei à plataforma, Deus me deu uma visão interessante com uma irmã que tinha ido à frente no apelo; eu a vi com uma trombeta de ouro em sua mão direita para tocar, mas naquele momento em que o fazia, refletindo insegurança, ela punha sua mão esquerda na frente do instrumento, reprimindo assim seu som.

Enquanto eu refletia tentando entender o significado do que Deus me mostrava, pois entendo que muitas visões são simbólicas, o Espírito falou clara no meu íntimo: “ela tem uma mensagem da minha parte, mas está insegura e com receio de falar. Vá a ela e diga que fale a minha palavra!” Prontamente fui até a ela e lhe disse o que o Senhor havia me dito. Encorajei-a a falar o que havia recebido. Ela, muito impressionada, olhou diretamente nos meus olhos e falou; “É verdade, pastor, e esta irmã ao lado é minha testemunha de que Deus me deu um a palavra e eu estava receosa, de comunicar, mas agora sei que devo faze-lo. E a palavra é para você!” Eu quase caí de costa! Ela com muito amor e carinho disse-me que seu receio se dava ao fato de ela não se ver no direito ou posição de tentar me instruir, pois eu tinha autoridade sobre a vida dela e não o contrário... mas ela me via errando em relação a uma Palavra de Deus que eu havia recebido por ocasião do meu estabelecimento no ministério, e, de fato, Deus a usou para que eu consertasse algo em minha vida!

Depois disto comecei a pensar comigo mesmo e achar até divertido o ocorrido. Deus me pegou de jeito. Eu não tinha como não ouvir aquela irmã depôs da palavra que lhe dei! Então fiquei pensando na burocracia toda da coisa. Dizia para Deus: “O Senhor não podia ter falado direto comigo sobre o assunto? Porque falar comigo que outra pessoa tinha uma mensagem, para no fim a mensagem voltar para mim mesmo?” E em meio a este questionamento, o Senhor me disse que queria me ensinar a ouvir outros, a se deixar ser corrigido quando necessário ... e jamais esqueci disto!

FERIDAS DE AMOR

A Bíblia fala mais sobre este tipo de “ferida” que o justo deve praticar em relação àqueles que ama:

“Melhor é a repreensão aberta do que o amor encoberto. Fiéis são as feridas dum amigo, mas os beijos dum inimigo são enganosos.” - Provérbios 27:5,6

Muitas pessoas agem com falsidade, preferido a dissimulação e o fingimento do que a franqueza e sinceridade da repreensão. Mas as Escritura Sagradas declaram que a repreensão aberta (fruto de amor sincero de uma pessoa franca) é melhor do que o amor encoberto (que não se manifesta por nunca ter coragem de falar a verdade).

Precisamos aprender a falar a verdade em amor. Adular não leva a lugar algum e impede o crescimento espiritual de todos.

“O que repreende a um homem achará depois mais favor do que aquele que lisonjeia com língua”. - Provérbios 28:23

A verdade deve ser dita. Pessoas que amam devem corrigir e repreender seus amados. As feridas de amor (provocadas pela repreensão) são mais valiosas que os beijos da falsidade (do fingimento de quem não quer contrariar ninguém). Os apóstolos Paulo e Pedro viveram juntos um a experiência forte neste sentido (Gl. 2:11-16). Paulo repreendeu Pedro diante de todos por estar agindo de modo errado quanto ao jeito de se relacionar com os crentes gentios.

DEVER DO CRISTÃO

Repreender não é apenas dever do pastor (no púlpito ou em aconselhamentos e disciplinas). Cada cristão tem a incumbência de faze-lo. Jesus declarou: “se teu irmão pecar contra ti, repreende-o ...” (Lc.17:3).

Há momentos em que os líderes terão que se posicionar com autoridade para repreender, pois Paulo instrui a Tito: “Exorta e repreende com autoridade” (Tt. 2:15). Porém, não que dizer que esta ação deva se limitar somente aos líderes. Todo crente deve aprender a corrigir seu irmão(ã) quando este falhar.

“Tende cuidado, irmãos, jamais aconteça haver em qualquer de vós perverso coração de incredulidade que vos afaste do Deus vivo; pelo contrário, exortai-vos mutuamente a cada dia, durante o tempo que se chama hoje, a fim de que ninguém se endureça pelo engano do pecado.” - Hebreus 3:12,13

QUEM PODE REPREENDER

Quando encorajamos os irmãos a praticarem o princípio de repreensão e correção, corremos o risco de sair de um extremo e ir a outro. Embora não é qualquer um que, dentro da igreja, pode chegar e repreender alguém; é necessário ter certa maturidade para isso. Há alguns critérios bíblicos para tal, e entre eles Paulo destaca dois importantes: bondade e conhecimento.

“Eu, de minha parte, irmãos meus, estou persuadido a vosso respeito, que vós já estais cheios de bondade, cheios de todo o conhecimento e capazes, vós mesmos, de admoestar-vos uns aos outros.” - Romanos 15:14

Uma pessoa cheia de bondade é bem diferente de uma cheia da amargura. A amarga, não corrige, briga com todo mundo! Mas repreender é algo que se faz com um coração cheio de bondade; portanto, somente um crente em tal condição é capaz de ferir o justo em seu benefício. Caso contrario, será prejuízo.

Também é necessário conhecimento bíblico, experiência de vida cristã. Uma repreensão é sempre seguida de conselho, mostra não apenas o erro em si, mas aponta a forma correta de comportamento. Não deve ser fundada meramente na opinião de alguém, mas na Palavra do Senhor.

O apóstolo Paulo deixa claro que não é qualquer um que tem a capacidade de se exercitar nesta prática, mas que os que estão cheios de bondade e conhecimento já se encontram prontos para isto.

A FORMA DE FAZE-LO

Vimos quem pode repreender a seu irmão quando este se encontra em erro, e agora quero lançar algumas bases bíblicas sobre a maneira correta de faze-lo:

Como a filhos amados: “Não escrevo estas coisas para vos envergonhar, mas para vos admoestar, como a filhos meus amados.” (I Co.4:14).

Em espírito de mansidão: “Irmãos, se um homem chegar a ser surpreendido em algum delito, vós que sois espirituais corrigi o tal com espírito de mansidão; e olha por ti mesmo, para que também tu não sejas tentado.” (Gl.6:1).

Com sensibilidade para tratar com cada caso: “Exortamo-vos também , irmãos,, a que admoesteis os insubordinados, consoleis os desanimados, amparai os fracos e sejais longânimos para com todos.” (I Ts.5:14).

Não como inimigo, mas como irmão: “Todavia, não o considerais com inimigo, mas admoestai-o como irmão.” (II Ts. 3:15) .

NOSSA ATITUDE

A Bíblia compara o ato de repreender ao de ferir, porque é exatamente isto que ele causa em nossa alma: dor. Nossa natureza humana é egocêntrica, auto-suficiente, orgulhosa. Se não nos deixamos ser tratados por Deus, não teremos um coração ensinável. Meu propósito não é tanto o de ensinar os crentes a corrigirem uns aos outros como o é de ensina-los a aceitar a correção!

Como pastor estou constantemente tendo que exercitar a pratica da admoestação, e vejo como é difícil (mesmo quando alguém reconhece seu erro) uma pessoa “engolir” aquele momento. Olho para minha própria vida e para os momentos em que eu mesmo tenho sido repreendido, e reconheço: não é fácil. Nosso íntimo reage. Mas precisamos apreender a ter um espírito ensinável, um coração que se sujeita à ministração de Deus através dos irmãos:

“Sujeitando-vos uns ao outros no temos do Senhor.” - Efésios 5:21

É de suma importância que nos conscientizemos do papel da correção e repreensão dentro da casa do Senhor. O livro de Provérbios nos dá vários conselhos acerca da forma errada e correta de vermos a repreensão:

O que abandona a correção erra (Pv. 10:17).
O que odeia a repreensão é estúpido (Pv. 12:1).
O prudente é ensinável , pois se abre para a correção (Pv. 17:10).
O que atenta para a repreensão, lucra com isso! (Pv 25:12).

CONCLUINDO

Precisamos apreender a ouvir a repreensão. Por mais desconfortável que seja no momento em que recebemos, devemos lembrar que depois ela produzirá cura e restauração:

“Na verdade, nenhuma correção parece no momento ser motivo de gozo, porem de tristeza; mas depois produz fruto pacífico de justiça nos que por ela têm sido exercitados.” - Hebreus 12:11

Precisamos aprender a repreender nossos irmãos quando estão em erro. Tenho conhecido tantas pessoas que assistiram verdadeiros desastres na vida de outros que lhes eram queridos, mas não quiseram falar nada para não de indisporem, para não comprometerem o relacionamento!

O problema não é falar a verdade, e sim a forma como o fazemos. Se falamos a verdade em amor, seremos melhor recebidos. Se o fizermos num espírito altivo, haverá problemas. Mas ainda assim, a repreensão será uma ferida. Trará tristeza momentânea. Porém, a cura que dela brotará estará continuamente dizendo: valeu a pena!

Precisamos aprender a ser corrigidos. Creio que devemos orar ao Senhor e pedir-lhe um coração ensinável. E por outro lado, além de aprendermos a ser corrigidos, devemos aprender a corrigir. Não podemos assistir o erro e permanecer quietos.

Devemos, por amor ao Corpo de Cristo e obediência à Palavra, corrigir. Confrontos são inevitáveis em qualquer tipo de relacionamento, e na igreja não será diferente. Paulo confrontou Pedro, Barnabé e outros em público, e haverá momentos em que nós teremos que fazer algo semelhante. Portanto, penso que devemos nos preparar em oração para isto também.

E depois de aprendemos a ser corrigidos, penso que devemos ensinar nossos filhos, discípulos e liderados a fazerem o mesmo... Que o Senhor nos ajude!


Autor: Luciano P. Subirá
www.orvalho.com