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Adepto do Santo Daime mata o cartunista Glauco


"Foi algo que ele tomou", afirma avô de acusado de matar Glauco

Na quinta-feira passada, antes de sair de casa em direção a Osasco, Carlos Eduardo Sundfeld Nunes ouviu hinos daimistas, tomou banho e se vestiu com a roupa que usava para ir à igreja Céu de Maria. Essas são as últimas lembranças que Carlos Nunes Filho, 72, avô do acusado, tem do neto.

Ao sair de casa, ele não falou para onde ia nem o que iria fazer. "Ele nunca avisava, e eu também não pressionava", diz o avô. Desde então, ele não falou com o neto, que confessou ontem (15) ter assassinado o cartunista Glauco. "Tudo que eu sei é pela imprensa ou pela polícia."

Carlos Eduardo Sundfeld Nunes confessou o assassinato do cartunista Glauco Vilas Boas

Ele conta que o neto não é violento, mas tem temperamento explosivo e "um pouco de distúrbio". "Ele dizia que estava aqui para salvar o mundo. Isso é sintoma de uma perturbação." Na adolescência, a família sugeriu que Nunes fizesse terapia, mas ele discordou.

O avô não consegue entender o que teria levado o neto a cometer o crime. "Posso garantir que ele não é um bandido. Para mim, ele ficou meio alucinado com alguma coisa que tomou."

Dono de uma ótica em Pinheiros, o avô de Nunes conta que a família ficou "arrasada" com a notícia do assassinato de Glauco. Agora, afirma ele, se esforça para manter a rotina. Ontem, o avô trabalhou normalmente. "A gente fica calejado. A vida continua", diz.

O pai do rapaz, Carlos Grecchi, mora em Goiânia e ficou em SP de sexta de manhã até ontem à tarde, mas voltou para resolver assuntos profissionais. "O advogado que nós contratamos entrou em contato com a polícia do Paraná, que disse que ele [Nunes] não vai poder ter contato com a família nesta semana", disse o comerciante.

Segundo o avô, Nunes era consumidor de maconha, mas o fato não chegava a preocupar.a família. "A gente prestava atenção na fisionomia dele quando chegava das baladas, se não estava com os olhos esbugalhados. Nunca notei nada", disse.

Nunes conheceu Raoni Vilas Boas, filho do cartunista, nos cultos da igreja. Na quarta-feira passada, dia da festa de aniversário de Glauco, os dois se encontraram, por acaso, em frente à barbearia que Raoni frequentava. Pessoas que estavam no salão afirmaram à Folha ter visto Nunes passar pela rua e acenar para o estudante, que teria respondido de forma carinhosa, com uma brincadeira.

Caso

Glauco e Raoni foram mortos a tiros na casa do cartunista, em Osasco (Grande São Paulo), na madrugada de sexta-feira (12). Segundo as testemunhas, o suspeito chegou ao local e rendeu, primeiro, a enteada de Glauco, que mora em uma casa no mesmo terreno.

Cadu era conhecido da família por já ter frequentado a igreja Céu de Maria, que segue os princípios do Santo Daime e foi fundada por Glauco.

Segundo o relato das testemunhas, Cadu estava transtornado e delirava. Ele estava armado com uma pistola automática e uma faca. Glauco tentou negociar com Nunes e chegou a ser agredido. De acordo com Veras Júnior, Glauco não reagiu.

No meio da discussão, porém, Raoni chegou ao local de carro. Em seguida, Cadu atirou contra pai e filho, mas os motivos ainda não foram esclarecidos. Os dois chegaram a ser atendidos no hospital, mas não resistiram e morreram.

Fonte> http://noticias.bol.uol.com.br




Matéria extraída de uma ou mais obras literárias.
Este artigo é um trabalho compilado.

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