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O consultório da vovó Júlia


Certo dia, ao passar pelo centro de São Paulo, recebi de uma jovem um panfleto que trazia a seguinte informação:

“Abra seus caminhos. Vovó Julia. Se você esta com problemas na sua vida com desânimo, doença, impotência sexual, frieza, problemas amorosos, casamento em decadência, filhos problemáticos, má condição financeira, problemas com sócio e no comércio, desempregado, inimigos ocultos, trabalhos feitos, dou garantia com seriedade dos meus trabalhos e soluções para todos os seus problemas. Simpatias para todos os fins com a força da Vovó Julia, ela irá resolver todos os seus problemas. Às 2ª feiras correntes positivas pelas 21 linhas brancas com passes e defumações, rezas e benzimentos para abrir caminhos, corta olho grande, curas espirituais. Nervosismo e insônia. Faz simpatia para o amor na sua presença com total garantia e seriedade. Fazemos o que os outros só prometem”. [1]
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A jovem disputava o espaço com outros panfleteiros, que distribuíam anúncios de agências de emprego, empréstimo consignado, consulta odontológica, convênio médico etc. O fato despertou minha atenção para uma verdade incontestável: o aspecto materialista e pouco espiritualizado das religiões.

Entrei em contato com a vovó Julia e perguntei sobre preços. Para minha surpresa e espanto, o preço de “consulta” cobrado por ela era superior ao de uma consulta odontológica ou psicológica em clinica especializada. Como parte do “pacote espiritual”, ela disse ser capaz de fazer “o que os outros só prometem”. Perguntei a ela quem seriam “os outros”, e ela me disse que são os “picaretas”, os “malandros da praça” os “falsos cartomantes”. Mas há diferença mesmo entre um e outro cartomante? – pensei comigo mesmo ao ouvir ela dizer sua última mentira. É natural que exista disputa entre empresas e comércios de um mesmo seguimento, mas poucos esperariam que entre os cartomantes houvesse tal disputa comercial. Mas de fato há. E ela é acirrada.

Mexer com a fé de uma pessoa é algo extremamente lucrativo, principalmente quando a tal pessoa se encontra em um momento frágil, de perda de filho, marido ou crise financeira ou conjugal. Aí qualquer palavra que o cartomante diga, por mais banal e supérflua que ela seja, pode despertar no ouvinte uma crença cega e muitas vezes destrutiva. Vejamos o que diz Paulo Sérgio Batista.

“O fato de alguém ter algumas coisas de sua vida supostamente “reveladas” através da astrologia não deve ser suficiente para acreditar que a astrologia é verdadeira ou algo divino. A Bíblia declara que pessoas faziam pedidos a pedaços de madeira e estes pedidos eram respondidos por um espírito maligno que usava aquele objeto como um meio de engano (Oséias 4.12), e também a mesma Escritura condena toda forma de adivinhação ou predição do futuro (Deuteronômio 18.14). Algumas coisas podem ocorrer por alta sugestão ou por influências malignas, visto que o Senhor Deus não descarta a possibilidade de uma predição futura que seja de origem maligna se cumprir para enganar aos incautos (Deuteronômio 13.1-3)”. [2]
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É preciso muito cuidado quando lidamos com pessoas que dizem poder “revelar” nosso futuro, prever encontros amorosos ou oportunidades de negócio. Não são poucos os casos de pessoas que se suicidaram ou cometerem atrocidades ao dar ouvidos a espíritos enganadores. A solução para nossos problemas esta em Jesus, e em nenhum outro meio humano ou “sobrenatural”.

Referências Bibliográficas

1. Abra seus caminhos, panfleto explicativo

2. Manual de Respostas Bíblicas, p. 73, Paulo S. Batista, editora Betesda

Johnny Torralbo Bernardo do INPR Brasil

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