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LIDERANÇA CRISTÃ: O PERIGO NÃO MORA AO LADO


“Eu sei que, depois da minha partida, entre vós penetrarão lobos vorazes, que não pouparão o rebanho.” – At 20.29

Nos últimos anos tenho falado a grupos de líderes da Igreja Brasileira em várias cidades, em diferentes estados, fazendo questão de ressaltar os terríveis perigos que estão infiltrados dentro de nossos arraiais onde não deveriam: em algumas lideranças. Não bastassem as artimanhas do arquiinimigo da obra de Deus e as pressões do mundo perverso no qual estamos inseridos, ainda temos de conviver com líderes totalmente controlados e dominados pelos ditames da velha e sempre corrompida natureza humana, a carne. Obreiros carnais, profanos e ávidos por dinheiro, fama e poder são figuras cada vez mais freqüentes entre nós. Penso que Judas, em sua epístola, se referia aos tais quando escreveu: “Ai deles! Porque prosseguiram pelo caminho de Caim, e, movidos de ganância, se precipitaram no erro de Balaão, e pereceram na revolta de Corá. Estes homens são como rochas submersas, em vossas festas de fraternidade, banqueteando-se juntos sem qualquer recato, pastores que a si mesmos se apascentam; nuvens sem água impelidas pelos ventos; árvores em plena estação dos frutos, destes desprovidas, duplamente mortas, desarraigadas; ondas bravias do mar, que espumam as suas próprias sujidades; estrelas errantes, para as quais tem sido guardada a negridão das trevas, para sempre.” (Jd 11-13).

Nos versículos anteriores (em resumo) podemos destacar as três marcas peculiares verificáveis em vários estilos de lideranças de alguns homens e mulheres que fazem e acontecem atualmente no cenário evangélico brasileiro – me refiro a adúlteros, propineiros, manipuladores de multidões, falsificadores de milagres (charlatães) e outros tipos não menos desprezíveis.

· A primeira marca é a que caracteriza a “malandragem” e a dissimulação de Caim. É aquela do sujeito que quer favor sem sacrifício; é a marca de quem mata e põe a culpa no defunto. Aqueles que têm a marca de Caim não se arrependem nunca de seus pecados. Para eles, os culpados são sempre os outros: A Igreja não presta; os irmãos são hipócritas e os pastores zelosos que disciplinam e excluem são legalistas.

· A segunda trata da “desfronteirização” entre o santo e o profano. Pode tudo, vale tudo – desde que tragam o dízimo, of course. Balaão é o paradigma do consenso, da condescendência, da libertinagem. Esta é a marca do ministro (ou será do sinistro?) que abençoa o “nu artístico”, que diz que cantar músicas pra lá de eróticas e usar e abusar da sensualidade corporal não tem problema – desde que seja “profissionalmente”. Estes são aqueles que se quiserem fumar, fumam e se quiserem encharcar a cara de cachaça o fazem sem nenhum peso na consciência.

· A terceira marca é um tipo de liderança há muito foi sacramentada: a marca da rebelião – cuidado com os “Corás”, eles estão em nosso meio. O sujeito começa a pregar, encontra um público fiel ao seu estilo cativante, começa a fazer seus “showzinhos” aos quais dá o nome de “Conferência”, “Congresso”, “Seminário” ou algo parecido e depois... Pirlimpimpim! Nasce uma nova denominação, ou movimento com promessas de revolucionar o Universo! Parece que os tais ficam atormentados por uma espécie de “síndrome da Joana D’arc”, pois começam a “ouvir vozes” e, então, passam por cima de tudo o que ético e moral, além de desprezarem seus próprios líderes em nome de suas supostas visões ou “recados do além”!

É preocupante a situação da liderança evangélica no Brasil. Urge um debate sério e profundo, com ampla participação de todo o povo de Deus, reivindicando, inclusive, nas suas igrejas ou comunidades locais aos veteranos e novos líderes que sejam mais transparentes em suas ações; que sejam mais acessíveis aos seus liderados; que se permitam ser mentoreados e cuidados; que prestem contas sobre suas finanças; que se permitam ser aconselhados e repreendidos, quando necessário; que deixem suas famílias serem cuidadas por ministros idôneos; que tenham humildade para reconhecer seus fracassos e vulnerabilidades e que sejam humildes para abrir mão de quaisquer posições, cargos ou funções todas as vezes, ou quando estas representarem ameaças para si mesmos e para os outros.

Que Deus nos guarde em nome de Jesus! Amém



Pr. Aécio Felismino da Silva
Pastor titular da Igreja Cristã Ibero-Americana

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