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Espíritos da Mentira

É preocupante, porém não surpreendente, que a humanidade seja tão vulnerável à mentira. Além disso, quanto maior e mais chocante é a mentira, mais ela consegue produzir efeito. A Evolução é um dos principais exemplos de como uma mentira pode ser recebida com entusiasmo. Em seguida vem o ensino da Psicologia de que a criatura humana é boa por natureza. A crescente convicção de que a homossexualidade é simplesmente um estilo de vida alternativo. A propaganda de que o Islamismo é uma religião de paz e que existe um legítimo e histórico povo palestino [Tudo isso é recebido e crido por toda pessoa que desconhece a Palavra de Deus em sua integridade]. A isso se junta a crença de que os homens possuem um potencial infinito e podem se tornar deuses. A lista de fraudes aceita pela humanidade parece interminável.

A inclinação da humanidade para ser enganada pode ser rastreada a partir do princípio, no Jardim do Éden. Satanás, falando através de uma serpente, seduziu Eva a crer que ela poderia se tornar igual a Deus, caso rejeitasse a vontade divina em favor de sua própria vontade (Gênesis 3). Foi essa a mesma esperança de Satanás, tendo ele próprio se enganado, quando nela acreditou (Isaías 14). As mentiras se tornam mais sedutoras quando reforçadas por métodos e meios de melhorar a situação de alguém. Inacreditavelmente, Lúcifer, Adão e Eva, mesmo vivendo em estado de perfeição e em ambientes perfeitos, ainda desejavam algo mais para si mesmos. Os pensamentos de auto-indulgência do coração de Eva são revelados como estando em oposição ao que Deus havia especificamente proibido: “E viu a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento; tomou do seu fruto, e comeu, e deu também a seu marido, e ele comeu com ela” (Gênesis 3:6). A aceitação de Adão e Eva de uma mentira pregada por um espírito falando através de um animal trouxe morte e destruição à perfeita criação de Deus.

O esquema de Satanás começou encorajando Eva a duvidar do que Deus lhe havia dito, seguido de plena dúvida do que Ele realmente ordenara. Satanás a deixou com a impressão de que Deus a havia privado de algo que iria possibilitá-la a igualar-se a Ele. Em outras palavras, o único interesse divino pelas criaturas é privá-las de descobrir que o seu potencial é semelhante ao de Deus. Essa mentira tem sido o apelo básico de sedução da humanidade, através de todas as eras. A Bíblia caracteriza Satanás (cujo nome significa adversário) como “o pai da mentira”, que engana o mundo inteiro (João 8:44) e os seus companheiros demônios, como os seus cooperadores no mesmo esquema do jogo. Embora a Palavra de Deus não entre em maiores detalhes sobre o reino das entidades espirituais, ela claramente nos admoesta a respeito da natureza enganosa e destrutiva dos demônios, segundo a 1 Pedro 5:8: “Sede sóbrios; vigiai; porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar”.

Tendo rejeitado a admoestação, a humanidade está hoje mais envolvida do que nunca em toda a história, nos caminhos que abrem portas ao contato com os espíritos [O espiritismo já é sem dúvida uma religião mundial].

Apresentado ao Ocidente, no século passado, sob a bandeira da Nova Era, o misticismo oriental tem provido um verdadeiro mercado fornecedor de métodos e técnicas para a “comunicação com os deuses”, mediante o uso de drogas e da meditação como veículos comuns. Hoje em dia, templos para a interação com qualquer dos milhões de deuses hinduístas são encontrados ao redor do mundo, inclusive em subúrbios de muitas cidades dos USA.

Visitei um templo enorme nos arredores de Chicago, o qual é bem freqüentado por habitantes suburbanos da classe média alta, com muitos dos adoradores chegando em últimos modelos de Mercedes e outros carros de luxo. A meditação Ioga, a qual abre as mentes das pessoas aos seres espirituais, é normal na ACM e nos clubes de atletismo. Inúmeras igrejas evangélicas já começaram as suas próprias classes sob o enganoso nome de “Ioga Cristã”. E assim, a meditação transcendental (MT) tem iniciado centenas de milhares por todo o Ocidente, fornecendo-lhes mantras, a fim de atrair as divindades hinduístas. Religiões tais como a Santeria, o Voodoo e a Macumba, nas quais os sacrifícios ritualísticos são feitos, a fim de se obterem os favores dos espíritos, têm atraído um crescente número até mesmo daqueles que em geral não são dados à superstição, como por exemplo, médicos, advogados, executivos, professores de faculdades, etc. A visualização ocultista, talvez a técnica mais efetiva para se obter um espírito guia, tem sido ensinada em hospitais, para efeito curativo, em classes de parto normal, nos seminários de negócios e vendas, nos programas de golfe, no basquete infantil e noutros campos de jogos (Ver a ”A Invasão Ocultista” de Dave Hunt). É uma técnica favorecida entre os que praticam o misticismo “cristão”, conhecido dentro dos círculos evangélicos, como “movimento contemplativo”. Os professores da “cura interior” professando ser cristãos, recomendam a visualização para a comunicação com Jesus, através da qual, afirmam eles, Jesus vai aparecer.

O contato com entidades não físicas, que afirmam ser extraterrestres, é hoje tão aceita que o trágico evento do suicídio dos membros da seita “Heaven´s Gate”, os quais morreram, “ a fim de serem levados para bordo” de uma espaço-nave, é visto como anomalia. Os OVNIS, que não são físicos, são considerados por milhões como veículos de inteligências mais elevadas, as quais vão salvar a humanidade da destruição. As promessas feitas por esses ETs não físicos são as mesmas no mundo inteiro, não importa quem entre em contato com esses seres espaciais. Além disso, vários métodos de contatar os espíritos, quer seja através de drogas, da meditação, visualização, cantiga de mantras, experiências de mesa, ou simplesmente um desejo de comunicação, por uma força de vontade, produz sempre a mesma mensagem antibíblica.

Um dos membros do nosso escritório teve um encontro recente com a proprietária de um negócio próximo ao nosso ministério. Visto como ele a escutou dizendo “Louvado seja o Senhor!”, indagou se ela era crente. Sua resposta o deixou atônito: “Sim... Sou uma xamã”, explicando que acredita em muitos senhores. O termo “xamã” vem da língua da tribo dos Tungus, na Sibéria, referindo-se ao curandeiro da tribo. A principal função do “xamã” é entrar em contato com os espíritos, a fim de conseguir assistência para o seu povo.

Os antropólogos ficam intrigados com o fato de que em todas as partes do mundo onde é praticado o “xamanismo”, as coisas são basicamente idênticas. Essa consistência entre grupos de povos diversos (que não se comunicam entre si) é uma forte evidência da realidade dos espíritos com os quais eles interagem. E também apóia a crença bíblica de que existe uma central e maligna fonte de conteúdo e poder obtidos do reino espiritual.

Hoje em dia temos “xamãs” de toda espécie, até mesmo em Beverly Hills e em todos os pontos cardeais: norte, sul, leste e oeste. Nossos guias de parques nacionais se deleitam em mostrar aos visitantes os alojamentos e outras armadilhas do “xamanismo” americano. Os “xamãs” da classe média, os brancos, pululam por toda parte, até mesmo para desdém dos que vêem a exploração nada autêntica da “cultura nativa americana”. Evidentemente, os espíritos são puristas culturais, dado aos brilhantes registros que as multidões de americanos ingênuos têm contatado de “poderes animais” ou espíritos guias, simplesmente pela leitura ou por seguirem técnicas e direção dos menos que autênticos “xamãs”. Raramente, se já aconteceu, pode-se ler nesses livros que podem surgir problemas ou que os espíritos podem não ser tão sábios e tão maravilhosos conforme são apresentados.

Recentemente, entrevistei um homem que passou a maior parte de sua vida comunicando-se com entidades espirituais. Não há motivo para se duvidar da sua “autenticidade”. Ele era um “xamã”, um curandeiro da tribo Yamomano, na floresta amazônica da Venezuela. Para admiração, diante da mentira propalada pelos círculos antropológicos, ¾ dos que vivem em povos tribais são puros, idênticos naturais do Éden e, portanto, melhor resguardados da influência exterior. O chefe Shoefoot e o seu povo, cuja existência é repleta de medos, estão documentados no livro “The Spirit of the Rain Forest” (O espírito da Floresta Chuvosa), escrito por Mark Ritchie (disponível na Island Lake Press, 1800-245-1022). [Deixo de contar a complicada história de Shoefoot e seu povo, para não tornar este trabalho longo demais – Mary Schultze]

Cumprindo a promessa feita em Jeremias 29:13: “E buscar-me-eis, e me achareis, quando me buscardes com todo o vosso coração”, o Senhor conduziu Shoefoot até o missionário Joe Dawson, um dos poucos estrangeiros com a capacidade de falar a língua dos yamomanos. Joe ensinou a Shoefoot a respeito de Yai Pada, o Deus da Bíblia. Ele lhe contou que Yai Pada tanto nos amou que enviou o Seu Filho para pagar a penalidade de nossos pecados e quando admitimos a nossa pecaminosidade e colocamos nossa confiança em Jesus e nossa fé no que Ele realizou por nós, podemos ter paz com Deus (Romanos 5:1). Além, do mais. Também lhe foi dito que todo aquele que crê em Jesus passará a eternidade junto com Yai Pada. O testemunho de Shoefoot (encontrado com detalhes no livro supra citado) é rude, mas poderoso no vídeo “Never Go Back”. É uma história de “xamã” dos Ministérios Don Shire (715-484-2017) de como Jesus o libertou da escravidão do pecado e dos espíritos, testemunhando a veracidade da Palavra de Deus.

Indaguei a Shoefoot, através do intérprete Mike Dawson, filho de Joe, o qual foi criado entre os yamomanos, como este responderia a um céptico que achasse serem as suas experiências com os espíritos nada mais que alucinações causadas pelas drogas que ele ingeria. Os olhos de Shoefoot fuzilaram, em seus mais ou menos 70 anos de idade, diante dessa pergunta. Ele gosta de responder aos desafios dos cépticos, especialmente quando fala nas universidades aos estudantes de Antropologia. É irônico ver que um homem “primitivo” considere os altamente eruditos antropólogos que estudam o seu povo nativo como tolos, na melhor das hipóteses, e como enganados, na pior. Ele me contou que conheceu “xamãs’ que tinham os mesmos espíritos que ele tinha e, contudo, ao contrário dele, não chegaram a conhecê-los por meio das drogas. Quer os contatos fossem feitos com a mente clara ou em estado de droga, as descrições e detalhes são quase sempre idênticos aos de ¾ de todos aqueles mancomunados com os mesmos espíritos.

Mike acrescentou que nós, do sofisticado Ocidente, temos problemas relacionados à cultura, na qual os espíritos, isto é, demônios, são reais no dia a dia de parte de nossa vida. Contudo, isso não significa serem eles necessariamente exclusivos das densas florestas dos yamomanos. Ele nos contou que numa viagem de outono pelos USA com Shoefoot, ele ficou chocado com o seu amigo, um ex-xamã, apresentando continuamente espíritos que ele havia conhecido, caracterizados na América, quando os americanos celebravam o bem sucedido feriado de Halloween. Algum tempo depois, foi dada a Shoefoot uma amostra de desenho na TV, domingo de manhã, com personagens e figuras possuídos de poderes. Aconteceu o mesmo. Ele não sabia da popularidade mundial dos livros da série Harry Potter, os quais introduzem as crianças na feitiçaria e as encorajam a praticá-la. À medida em que Shoefoot verificou essa série de livros, ficou muito preocupado ao ver que tantos jovens estão sendo instruídos a caírem presa da escravidão que tem atormentado o seu povo.

As experiências subjetivas de Shoefoot numa cultura dominada por espíritos mentirosos são prontamente substanciadas quando comparadas aos estilos de vidas dominadas por demônios, através do mundo inteiro. Além do mais, elas são consistentes com o que a Palavra de Deus fala sobre esses espíritos, “os príncipes das trevas deste século, as hostes espirituais da maldade”, (segundo Efésios 6:12 ACF), que são devoradores de almas humanas, deleitando-se ainda na destruição física da humanidade, através da depravação e das moléstias. As sociedades tecnicamente avançadas deste planeta podem até ser capazes de se livrar das últimas, mas vão colher a escravidão temporal e eterna de suas almas. O ápice vai acontecer com a chegada do Anticristo, possuído de toda força demoníaca, [dominando todos os que estiverem enroscados na operação do erro, dando crédito à mentira]. Contudo a precondição para esse evento, o qual principiou no Jardim do Éden e tanto tem se espalhado em nossos dias, vai se manifestar numa sociedade gradativamente endemoninhada, num Cristianismo apóstata. Como diz Paulo, na 1 Timóteo 4:1: “MAS o Espírito expressamente diz que nos últimos tempos apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônio”.

O mundo inteiro, em tal cegueira e escravidão aos espíritos sedutores, cego e escravizado ao “deus deste século”, estará pronto, de todas as maneiras, pelo contato com as entidades espirituais, a colher suas horrendas conseqüências.

Senhor, dá-nos amor pela Verdade e um coração para resgatar aqueles que estão escravizados à mentira! Amém!



“The Berean Call Letter, novembro 2003.


por T. A. McMahon
Traduzido por Mary Schultze


Mary Schultz
Bacharel em teologia, membro da Primeira Igreja Batista de Teresópolis, pesquisadora de catolicismo, escritora e tradutora de diversas obras evangélicas em língua portuguesa.

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