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Missionários, Evangelistas e os Leprosos de Israel.


A existência humana está sob risco. Todo momento, milhares de pessoas têm seus destinos tragicamente selados. Para sempre. Sem recursos, alternativas, ou segunda chance. E quando o dia definitivo chegar, haverá choro e ranger de dentes.



Assim poderia ser descrita a caótica situação dos samaritanos, sitiados pelos exércitos siros, segundo o relato do livro dos Reis. De tão terrível, tornou-se caricata: duas mães digladiavam-se para comerem uma o filho da outra. Fome, miséria, mortes. Às centenas. Foram dias de choro e ranger de dentes.



Num e noutro cenário, outra semelhança: a salvação na divulgação corajosa de uma notícia. Uma boa notícia. Boas novas. Evangelho. Não há que guerrear, nem que conquistar – sob pena de muitas baixas – a vitória que conduza à liberdade. Por intervenção divina, miraculosa, inexplicável, os exércitos contrários já foram vencidos. Seu arraial feito em deserto. Seus comandantes expostos à vergonha de uma derrota pela força da fraqueza.



Deus já triunfou. Absoluto. Definitivamente. Em Samaria, pelo simples ruído de carros e cavalos; em Cristo, pela Palavra encarnada e crucificada: loucura! Ainda assim: tragada foi a morte pela vitória. Liberdade à vista!



Num e noutro cenário, porém, uma pergunta: quem portará as novas da Graça? Em Samaria havia leprosos (note bem: leprosos)! Estando fora dos muros da cidade (note bem: fora – nada a perder, nada a ganhar), foram tentar a sorte no arraial inimigo (morrer é lucro!). Vendo-o vazio, abastaram-se. Cheios de compaixão, decidiram-se: é dia de boas notícias... não podemos ficar calados... anunciemos... (2 Reis 7:9)



Mas não somos como aqueles leprosos (infelizmente). Temos muito a perder: conforto, comodidade, satisfações. O destino das pessoas não é da nossa conta. Que façam como nós: busquem por si mesmas (como se o tivéssemos feito por nós mesmos). Eis nossa dupla tragédia: conhecer e não fazer caso.



Deus procura leprosos. Missionários-leprosos. Evangelistas-leprosos. Pessoas cuja vida não seja preciosa em si mesma. Pessoas preciosas, todavia, por serem portadoras de boas notícias. Estas sim, preciosíssimas, de grande valor!



Ao trabalho. À missão. Às missões. Seja o nome de Cristo anunciado e glorificado por nós.

Marcelo Gomes
www.espacopalavra.com.br

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