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PASTOREIA AS MINHAS OVELHAS

Marcelo Gomes


Amantes cuidam. Protegem. Interessam-se pelo bem estar da pessoa amada. Interessam-se por tudo que lhe diga respeito ou interesse. São voluntariosos e têm prazer em servir. Se vêem o outro feliz, ficam felizes também. Se o vêem sofrer, sofrem. Amantes não medem esforços para satisfazer as necessidades daqueles a quem querem bem.



Jesus perguntou a Pedro: “Tu me amas?”. Já havia lidado com as imperfeições de Pedro. Sabia de sua impulsividade, sua raiva, sua soberba. Já havia profetizado sua negação. Não tinha qualquer fantasia a seu respeito e tampouco o idealizava. Não queria saber se jamais erraria de novo ou se poderia corresponder às expectativas. Só perguntou se o amava.



Pedro respondeu “sim”. Lembrou que o Mestre sabia de todas as coisas e, por isso, sabia que o amava. Só poderia mesmo ser um ato da onisciência; não havia nas ações recentes do velho pescador qualquer evidência convincente dessa verdade. Não o amava porque fazia por provar, mas porque podia ser visto por dentro, pelo próprio Jesus.



“Pastoreia as minhas ovelhas” – Jesus ordenou a Pedro. Amantes cuidam. Pedro, na condição de amante, com suas imperfeições e dificuldades, estava convidado ao único posto que um amante pode ocupar, ainda que seja limitado: o lugar de um pastor. Porque pastores não são aqueles que possuem títulos e cargos. Muito menos aqueles cujo interesse consiste em provar a si mesmos. Pastores são amantes, interessados no bem do amado. O bem é o rebanho.



Não é às ovelhas que amam. Amam Àquele que as ama infinitamente. Amam-nas por Sua causa. Consideram o preço que pagou por elas e não podem negligenciar seus interesses. Sabem o quanto Lhe são importantes. Por amor, pastoreiam-nas. Não por qualquer outra razão. Se falham, ao Seu perdão recorrem com a confiança dos amantes. Se têm sucesso, à sua graça atribuem todo o bem fazer. São amantes, nada mais.



O amor a Cristo é a força motivadora dos crentes para o pastoreio mútuo. Envolve serviço, dedicação e, às vezes, até recursos. Não é fácil. Fácil é encontrar quem queira ser pastoreado, socorrido, atendido em suas necessidades. Para desejar que me pastoreiem, basta amor próprio; para desejar pastorear alguém, é preciso que ame a Cristo acima de todas as coisas.



“Cristãos, vós me amais?” – pergunta, hoje, o mesmo Jesus. “Pastoreai minhas ovelhas”. O Senhor está à procura de amantes, homens e mulheres transformados, crentes cheios do Espírito de Amor, pessoas interessadas em servir ao Deus de suas vidas no cuidado daqueles que lhe são caros. Mas quem cuidará deles? Quem lhes atenderá quando estiverem cansados ou desanimados?



O Amado os pastoreará. É o supremo Pastor. Cuidará de suas necessidades porque é o Amado e o amante. Ou esquecemos de que O amamos porque nos amou primeiro? Sabe o que precisamos e suprirá nossos corações. Na maioria das vezes, enviará outros amantes, pessoas comuns e dedicadas, ombreadas conosco nesse ministério de cuidado. Daremos graças por suas vidas. Descobriremos o quanto é importante continuar.

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