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POR QUE NÃO ORAMOS?

Rev. Marcelo Gomes



“Orai sem cessar!” – orientou-nos o apóstolo Paulo (1 Ts 5:17). “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação” – advertiu-nos Jesus (Mt 26:41). Até Lucas, em seu evangelho, lembra que contou uma parábola “sobre o dever de orar sempre, sem jamais esmorecer” (18:1). São várias as passagens bíblicas que nos desafiam a uma vida de oração.



Dietrich Bonhöeffer escreveu que “é prova de amor de Deus para conosco que não apenas nos dá a sua Palavra, mas também nos empresta o seu ouvido”. Patrick Johnstone ensinou-nos que “quando o homem trabalha, o homem trabalha. Quando o homem ora, Deus trabalha”. E com E. M. Bounds aprendemos: “Muita oração, muito poder. Pouca oração, pouco poder. Nenhuma oração, nenhum poder”. Estamos bastante acostumados com tudo isso.



A questão fundamental é: por que, então, não oramos? Por que somos tão negligentes no exercício da oração? Algumas respostas para nossa reflexão:



1. NÃO ORAMOS PORQUE PERDEMOS A PERCEPÇÃO DA PRESENÇA DE DEUS! Ignoramos sua companhia. Esquecemos suas promessas: “Eis que estou convosco todos os dias” (Mt 28:20); “Nunca te deixarei, nem jamais te desampararei” (Js 1:5); “Não temas, pois estou contigo” (Is 43:5). Como, de outra sorte, não dirigir a palavra a quem, tão docemente, se apresenta tão perto? Amorosamente perto. Perdemos a percepção da presença de Deus. Tornamo-nos como Sansão, sobre quem se diz: “o Espírito o havia deixado, mas ele não o percebeu” (Jz 16:20).



2. NÃO ORAMOS PORQUE NÃO CONFIAMOS NO PODER DE DEUS! Desprezamos sua soberania. Negligenciamos tantos testemunhos de maravilhosos milagres: “abriu o Mar Vermelho; fez cair maná do céu; expulsou exércitos inimigos; livrou da cova dos leões; alimentou a multidão no deserto; ressuscitou a Jesus Cristo dentre os mortos”. Como não esperar, senão pelo fato de já não confiarmos, que nos abençoe com toda sorte de bênçãos necessárias? Nas palavras de Paulo: “Aquele que não poupou seu próprio filho, antes o entregou por todos nós, não nos dará, juntamente com ele, todas as coisas?” (Rm 8:32).



3. NÃO ORAMOS PORQUE NÃO DESEJAMOS SER CONFRONTADOS PELO PODER DA ORAÇÃO! Rejeitamos sua eficácia. Afastamos de nós sua força. Sabemos, no fundo, que a oração nos compromete com Deus. Que, como disse Basílio, devemos orar tão somente para “que nossa vida seja ordenada em benefício de nossa alma”. Para lembrar Calvino: “um dos requisitos que legitimam a oração é o arrependimento”; e ainda: “nenhum coração jamais se elevará para fazer uma oração genuína sem que ao mesmo tempo anseie por santidade”. Assemelhamo-nos a Simão que, exortado por Pedro a orar pedindo perdão a Deus por sua maldade, respondeu: “orem vocês por mim” (At 8:24).



Se clamarmos a Deus que nos socorra em cada dificuldade, superaremos todas elas. Se nos acovardarmos, seguiremos sem desfrutar das bênçãos advindas de uma vida de oração. Se nos ensoberbecermos, Deus nos resistirá. Sejamos humildes e confiantes. Lembremos do que ensinou Karl Barth: “Nossas orações são fracas e pobres. Entretanto, o que importa não é que nossas orações sejam fortes, mas que Deus as ouça”. Afinal, “se meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, orar, me buscar e se converter... então ouvirei dos céus, perdoarei seus pecados e sararei sua terra” (2 Crônicas 7:14). Oremos...

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